LIÇÃO 8 - O PODER DA VERDADEIRA PROFECIA - 23/5/2010

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O Poder da verdadeira Profecia

Lição – 8 (CPAD)
23 de maio de 2010
2° trimestre



Caro professor de EBD.
Se sua Igreja adota as revistas da CPAD, desejamos que o conteúdo disponibilizado neste blog, possa auxiliá-lo no preparo de sua aula.
É um blog recém-criado, e que gradativamente, seu conteúdo será enriquecido, para que possa tornar-se uma ferramenta poderosa de auxílio aos professores de Escolas Bíblias Dominicais ou Sabatinais, no Brasil e em outros países cuja trabalho missionário adotam as revistas da CPAD.
Em mais de trinta anos participando ativamente em todas as esferas da EBD, pude observar que noventa e cinco por cento dos professores tinham dificuldades no preparo de suas aulas por não disporem de conteúdos paralelos de pesquisa, tais como: Dicionários, Enciclopédias, Bíblias Comentadas, livros de Comentários Bíblicos, livros de Teologia Sistemática ou mesmo livros que comentam o texto bíblico com base nos princípios hermenêuticos e exegéticos.
O professor de EBD deve, em uma atitude ativa, dinâmica e progressiva, desenvolver o hábito de leitura.
E isso não restringe somente a leitura da Bíblia. Um bom professor de EBD deve, gradativamente, ir compondo sua biblioteca com os tipos de livros citados acima, bem como, livros nas áreas de: liderança, comportamento, relacionamentos, literatura romanesca (nacionais e estrangeiras), psicologia, ciência, história e geografia etc.
Nenhum professor deve exigir, de si mesmo, o domínio total nessas áreas do conhecimento. Basta tão somente conhecê-las, e isso, só se consegue por meio de leitura. Pois quando somadas ao conhecimento provindo do estuda da Bíblia, o Espírito Santo, proporcionará aos seus alunos uma aula enriquecedora, que irá ajudá-los nas transformações do cotidiano de suas vidas.
Nossa intenção não é preparar um modelo ou modelos de aula para serem usados, nem tão pouco, produzir o desenvolvimento do conteúdo da lição tópico por tópico, como são apresentados em todos os blogs e sites, dos mais aos menos renomados, que intencionam ajudar o professor de EBD. Ingenuamente, esses modelos de aula cria um engessamento intelectual no professor, pois o mesmo fica limitado ao que lhe foi apresentado como “excelência de aula”.
Nosso propósito maior é disponibilizar partes de textos, devidamente identificada sua autoria, para que o professor, com base nesses conteúdos, que talvez não tenha acesso por não possuir tais livros, possa, ele mesmo, preparar sua aula.
Com o EBD WEB MASTER o professor fundamentará melhor a sua aula ao contextualizar o que esta sendo tomado como tema da lição, com os artigos disponibilizados no EBD WEB MASTER e com a aplicação da transversalidade que está sendo dada à passagem bíblica.
Nosso blog se tornará a maior biblioteca virtual de pesquisa para lições da EBD. Com essa iniciativa estamos dando início a um trabalho pioneiro nessa área.
O professor verá, que ao final de um ano, após ter adotado o EBD WEB MASTER como ferramenta principal de auxílio no preparo de suas aulas, o quanto foi útil no crescimento pessoal, de sua classe, e por extensão, também de sua Igreja.
Esse blog crescerá de forma contínua, porém gradativa. Nosso objetivo maior é poder, o mais que possível, disponibilizar artigos que sirvam de auxílio ao professor.
Escreva para nós. Envie sugestões, comentários e críticas. Estamos aberto ao diálogo.

Ore e divulgue essa iniciativa.

Kemuel Carvalho
Professor de EBD



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para o e-mail (ebdwebmaster@hotmail.com) para que tão
logo postemos o conteúdo, possamos informar para você.  




SEÇÃO I

Nessa Seção, para uma melhor compreensão do texto bíblico, e para elucidação de possíveis dificuldades, que por ventura, o professor venha a encontrar no campo semântico ou lingüístico do texto bíblico encontrado na LEITURA BÍBLICA, apresentaremos o mesmo texto, nas quatro versões mais usadas no meio cristão, que são: Versão Revista e Corrigida (ARC), Versão Revista e Atualizada (ARA), Versão Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH) e a Nova Versão Internacional (NVI).
O professor verá o quanto a leitura paralela desses textos irá proporcionar uma melhor compreensão do que esta sendo comentado nos tópicos da lição.



LEITURA BÍBLICA
Revista: Jeremias 28.5-12,16,17
Estudo:  Jeremias 28


OBSERVAÇÃO:
Na seção Artigos disponibilizamos alguns artigos de aspecto introdutório ou mesmo geral do Livro de Jeremias. É importante a leitura desses artigos para que o professor tenha uma visão panorâmica
dos aspectos que envolve todo o conteúdo do livro.



Versão Revista e Corrigida – ARC

1     E sucedeu no mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, no ano quarto, no mês quinto, que Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão, me falou na Casa do SENHOR, perante os olhos dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo:
2     Assim fala o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrei o jugo do rei da Babilônia.
3     Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do SENHOR que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia.
4     Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os do cativeiro de Judá que entraram na Babilônia eu tornarei a trazer a este lugar, diz o SENHOR, porque quebrarei o jugo do rei da Babilônia.
5     Então, falou Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta, aos olhos dos sacerdotes e aos olhos de todo o povo que estava na Casa do SENHOR.
6     Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Que assim faça o SENHOR! Que o SENHOR confirme as tuas palavras que profetizaste e torne ele a trazer os utensílios da Casa do SENHOR e todos os do cativeiro da Babilônia a este lugar.
7     Mas ouve, agora, esta palavra que eu falo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo:
8     Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, profetizaram contra muitas terras e contra grandes reinos guerra, e mal, e peste.
9     O profeta que profetizar paz, somente quando se cumprir a palavra desse profeta é que será conhecido como aquele a quem o SENHOR, na verdade, enviou.
10   Então, Hananias, o profeta, tomou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e o quebrou.
11   E falou Hananias aos olhos de todo o povo, dizendo: Assim diz o SENHOR: Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho.
12   Mas veio a palavra do SENHOR a Jeremias, depois que Hananias, o profeta, quebrou o jugo de sobre o pescoço do profeta Jeremias, dizendo:
13   Vai e fala a Hananias, dizendo: Assim diz o SENHOR: Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro.
14   Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei.
15   E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve, agora, Hananias: não te enviou o SENHOR, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras.
16   Pelo que assim diz o SENHOR: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o SENHOR.
17   E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês.


Versão Revista e Atualizada – ARA

1     No mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, isto é, no ano quarto, no quinto mês, Hananias, filho de Azur e profeta de Gibeão, me falou na Casa do SENHOR, na presença dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo:
2     Assim fala o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Quebrei o jugo do rei da Babilônia.
3     Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do SENHOR, que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia.
4     Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os exilados de Judá, que entraram na Babilônia, eu tornarei a trazer a este lugar, diz o SENHOR; porque quebrei o jugo do rei da Babilônia.
5     Então, respondeu Jeremias, o profeta, ao profeta Hananias, na presença dos sacerdotes e perante todo o povo que estava na Casa do SENHOR.
6     Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Assim faça o SENHOR; confirme o SENHOR as tuas palavras, com que profetizaste, e torne ele a trazer da Babilônia a este lugar os utensílios da Casa do SENHOR e todos os exilados.
7     Mas ouve agora esta palavra, que eu falo a ti e a todo o povo para que ouçais:
8     Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, profetizaram guerra, mal e peste contra muitas terras e grandes reinos.
9     O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do SENHOR.
10   Então, o profeta Hananias tomou os canzis do pescoço de Jeremias, o profeta, e os quebrou;
11   e falou na presença de todo o povo: Assim diz o SENHOR: Deste modo, dentro de dois anos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho.
12   Mas depois que Hananias, o profeta, quebrou os canzis de sobre o pescoço do profeta Jeremias, veio a este a palavra do SENHOR, dizendo:
13   Vai e fala a Hananias, dizendo: Assim diz o SENHOR: Canzis de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei canzis de ferro.
14   Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e o servirão. Também lhe dei os animais do campo.
15   Disse Jeremias, o profeta, ao profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: O SENHOR não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras.
16   Pelo que assim diz o SENHOR: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, porque pregaste rebeldia contra o SENHOR.
17   Morreu, pois, o profeta Hananias, no mesmo ano, no sétimo mês.


Nova Versão Internacional – NVI

1     No quinto mês daquele mesmo ano, o quarto ano, no início do reinado de Zedequias, rei de Judá, Hananias, filho de Azur, profeta natural de Gibeom, disse-me no templo do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo:
2     “Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: ‘Quebrarei o jugo do rei da Babilônia.
3     Em dois anos trarei de volta a este lugar todos os utensílios do templo do Senhor que Nabucodonosor, rei da Babilônia, tirou daqui e levou para a Babilônia.
4     Também trarei de volta para este lugar Joaquim, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e todos os exilados de Judá que foram para a Babilônia’, diz o Senhor, ‘pois quebrarei o jugo do rei da Babilônia’ ”.
5     Mas o profeta Jeremias respondeu ao profeta Hananias diante dos sacerdotes e de todo o povo que estava no templo do Senhor:
6     “Amém! Que assim faça o Senhor! Que o Senhor cumpra as palavras que você profetizou, trazendo os utensílios do templo do Senhor e todos os exilados da Babilônia para este lugar.
7     Entretanto, ouça o que tenho a dizer a você e a todo o povo:
8     Os profetas que precederam a você e a mim, desde os tempos antigos, profetizaram guerra, desgraça e peste contra muitas nações e grandes reinos.
9     Mas o profeta que profetiza prosperidade será reconhecido como verdadeiro enviado do Senhor se aquilo que profetizou se realizar”.
10   Então o profeta Hananias tirou o jugo do pescoço de Jeremias e o quebrou,
11   e disse diante de todo o povo: “Assim diz o Senhor: ‘É deste modo que quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e o tirarei do pescoço de todas as nações no prazo de dois anos’ ”. Diante disso, o profeta Jeremias retirou-se.
12   Depois que o profeta Hananias quebrou o jugo do pescoço do profeta Jeremias, o Senhor dirigiu a palavra a Jeremias:
13   “Vá dizer a Hananias: Assim diz o Senhor: Você quebrou um jugo de madeira, mas em seu lugar você fará um jugo de ferroa.
14   Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Porei um jugo sobre o pescoço de todas essas nações, para fazê-las sujeitas a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e elas se sujeitarão a ele. Até mesmo os animais selvagens estarão sujeitos a ele”.
15   Disse, pois, o profeta Jeremias ao profeta Hananias: “Escute, Hananias! O Senhor não o enviou, mas assim mesmo você persuadiu esta nação a confiar em mentiras.
16   Por isso, assim diz Senhor: ‘Vou tirá-lo da face da terra. Este ano você morrerá, porque pregou rebelião contra o Senhor’ ”.
17   E o profeta Hananias morreu no sétimo mês daquele mesmo ano.


Versão Linguagem de Hoje – BLH

1     No quinto mês desse mesmo ano, que era o quarto ano do reinado de Zedequias, o profeta Hananias, filho de Azur, falou comigo no pátio do Templo. Hananias era da cidade de Gibeão. Ele me disse, na presença dos sacerdotes e do povo,
2     que o Eterno, o Todo-Poderoso, o Deus de Israel, tinha dito o seguinte: -Eu acabei com o poder do rei da Babilônia.
3     Dentro de dois anos, eu trarei de volta para este lugar todos os tesouros que o rei Nabucodonosor tirou do Templo e levou para a Babilônia.
4     Também vou trazer de volta o rei de Judá, Joaquim, filho de Jeoaquim, junto com todos os prisioneiros que foram de Judá para a Babilônia. Sim, eu acabarei com o poder do rei da Babilônia. Eu, o Deus Eterno, falei.
5     Então, na presença dos sacerdotes e de todo o povo que estava no pátio do Templo, eu disse ao profeta Hananias o seguinte:
6     -Como seria bom que isso acontecesse! Espero que o Deus Eterno faça isso. Espero que ele faça tudo como você disse e traga de volta da Babilônia todos os tesouros do Templo e também todos os prisioneiros.
7     Mas escute o que vou dizer a você e ao povo.
8     Os profetas que falaram há muito tempo, antes do meu tempo e do seu, disseram que viria guerra, fome e doença para muitas nações e poderosos reinos.
9     Mas o profeta que profetiza a paz só pode ser aceito como profeta mandado por Deus quando as palavras dele se cumprem.
10   Aí Hananias tirou a canga que estava no meu pescoço, quebrou -a em pedaços
11   e, na presença de todo o povo, disse o seguinte: -O Deus Eterno disse que é assim que ele vai quebrar a canga que o rei Nabucodonosor pôs no pescoço de todas as nações. Ele fará isso dentro de dois anos. Então fui embora.
12   (12-13) Algum tempo depois de Hananias ter quebrado a canga que estava no meu pescoço, o Deus Eterno me mandou dizer o seguinte a Hananias: -O Eterno disse: "Você quebrou uma canga de madeira, mas eu vou colocar em lugar dela uma canga de ferro."
13   (12-13) Algum tempo depois de Hananias ter quebrado a canga que estava no meu pescoço, o Deus Eterno me mandou dizer o seguinte a Hananias: -O Eterno disse: "Você quebrou uma canga de madeira, mas eu vou colocar em lugar dela uma canga de ferro."
14   O Eterno, o Todo-Poderoso, o Deus de Israel, vai pôr uma canga de ferro sobre todas essas nações, e elas serão dominadas pelo rei Nabucodonosor, da Babilônia. Ele vai fazer com que até os animais selvagens trabalhem para Nabucodonosor.
15   E eu continuei: -Escute bem, Hananias! O Deus Eterno não o enviou; você está fazendo esse povo acreditar em mentiras.
16   Por isso, o Eterno diz que vai se livrar de você. Você vai morrer ainda este ano, pois disse ao povo que se revoltasse contra o Eterno.
17   E o profeta Hananias morreu no sétimo mês daquele mesmo ano.



OBSERVAÇÃO:
Na seção Artigos disponibilizamos alguns artigos de aspecto introdutório ou mesmo geral do Livro de Jeremias. É importante a leitura desses artigos para que o professor tenha uma visão panorâmica
dos aspectos que envolve todo o conteúdo do livro.




SEÇÃO II

Nessa Seção apresentamos a lição em tópicos.
Esse método é válido para conhecermos os vários pontos que são discutidos em um mesmo Tópico ou Sub-tópico.
Aproveitamos para apresentar alguns questionamentos, explicações e direcionamentos que o professor deve tomar para a produção, construção e realização de sua aula.




O PODER DA VERDADEIRA PROFECIA
(Lição 823 de maio de 2010)


INTRODUÇÃO
·         Quem já não se defrontou com um falso profeta?
·         Jeremias enfrentou grandes dificuldades por causa desses ope­rários de Satanás.
·         O que ocorreu no tempo de Jeremias não será o que estamos em nossos dias? (2ª Co 11.13; At 20.30,31).

I. O QUE É O PROFETA

1. Definição.
·         É o homem que fala por Deus; é o porta-voz do Eterno.
·         No grego, o termo profeta, significa literalmente "aquele que fala em lugar de outrem".

2. A função do profeta.
·         Tinha como função precípua procla­mar os oráculos de Deus, a fim de reconduzir o povo à obediência da lei divina (Ez 33.7).

3. A prova da autenticidade do profeta.
·         Não basta a profecia se cumprir para o profeta ser considera­do autêntico (Dt 13.1-5).
·         Então, como reconhecer o legítimo mensageiro de Deus?
·         Se o profeta pre­disser alguma coisa, em nome do Se­nhor, e cumprir-se a sua profecia, não contrariando de forma alguma a Bíblia Sagrada, ou nela respaldada, ele será de fato reconhecido como autentico homem de Deus (Dt 21.22).
·         Por isso devemos julgar as profecias e discernir os espíritos (1ª Co 12.20; 14.29; 1ª Jo 4.1).

II. O FALSO PROFETA HANANIAS ENTRA EM CENA

1. Quem Era Hananias.
·         A única coisa que a Bíblia registra sobre Hananias é que era ele filho de Azur.
·         Ele era do tipo que impressionava cativava a todos.
·         Ele falava como profeta, discursava como profeta e vestia-se como profeta. Ele só falava o que o povo queria ouvir.
·         Vivia ele pregando a paz e determinando a prosperidade.

2. As palavras de Hananias.
·         Ha­nanias aparece no auge da crise espiritual em que se encontrava Judá para perturbar o povo e afrontar o profeta Jeremias.
·         Jeremias exortava Judá a arrepender-se de seus pecados, a curvar-se ante a vontade de Deus e a aceitar o jugo babilônico.
·         Por sua vez, Hananias, "Politicamente correto", indu­zia o povo à rebelião, dizendo-lhe que, dentro de dois anos, seriam os cativos repatriados e os tesouros do Santo Templo, devolvidos.
·         Sua pro­fecia jamais se cumpriu; no teste do verdadeiro profeta, estava reprovado (Dt 18.22).
·         Hananias falou o que o rei que­ria ouvir, profetizou o que o povo ansiava escutar e vaticinou o que todos almejavam que acontecesse naquele momento.
·         Nós brincamos de pregador, ou fazemos jus a convocação do Senhor para atuarmos como pregoeiro da verdade?
·         Nós temos como único compromisso proclamarmos a verdade?
·         Se querem ou não ouvir-nos, isso não importa, a verdade terá que ser proclamada.
·         Porém, todos haverão de saber que, em nosso meio, esteve um autêntico pregador de almas e um legítimo proclamador da verdade divina (Ez 2.4,5).

3. O castigo de Hananias.
·         Ha­nanias em tudo parecia um profeta; a Palavra de Deus, porém, não estava com ele.
·         E, por haver se insubordina­do contra o Senhor, foi severamente punido: naquele mesmo ano, de conformidade com o que vaticinara Jeremias, morreu ingloriamente (Jr 28.15-17).
·         Esse é, muitas vezes, o destino daqueles que, sem temor nem tremor, brinca com o nome de Deus.
·         Se você tem o dom profético, coloque-se à disposi­ção de Deus.
·         Deixe que Ele o use de acordo com a Sua vontade e direção.
·         Jamais queira usar por conta própria o que não lhe pertence.

III. CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS
·         Estejamos preparados, pois o Senhor Jesus nos preveniu, que nos últimos dias, aparecerão muitos falsos profetas que, se possível, en­ganarão até mesmo os escolhidos (Mt 24.11).

1. A procedência do Profeta.
·         De onde vem o pregador, o avivalista, o conferencista e o pressuposto profe­ta?
·         Busque saber se tem ele carta de recomendação e a validade da mesma.
·         Deve-se averiguar a validade da Carteira de Ministro ou dos documentos que o identifica como pregador itinerante.
·         Devemos tomar bastante cuidado com os chamados clínicos pastorais que, sob o aparato da psicologia, se intrometem nas intimidades das ovelhas, induzin­do muitos servos de Deus, homens e mulheres, à impureza.
·         Precautelemo-nos contra os que, de cidade em cidade, levantam vultosas somas.
·         Não permitamos que o lobo espolie nossa igreja.
·         Mas não deixe de honrar os que, em espírito e verdade, pregam e ensinam a Palavra de Deus (1ª Tm 5.17).

2. A qualidade a mensagem.
·         O mensageiro fala a Palavra de Deus?
·         O tal se acha em nosso meio para instilar o engano e a apostasia?
·         Se vier com outra mensagem, ou evangelho, que seja considerado anátema mesmo que tenha cara de anjo (Gl 1.8).

3. A pretensão do profeta.
·         À semelhança de Hananias, que não temeu enfrentar o homem de Deus, muitos são os profetas e profetisas que buscam dominar o pastor, o ministério e a igreja.
·         Não aceitemos tais manobras! O cajado foi entregue ao pastor, e não aos aventureiros que das ovelhas visam apenas à lã e à gordura.

CONCLUSÃO
·         Devemos ter cuidado redobrado com os falsos profetas, a fim de que não devorem o rebanho.
·         Estejamos com os ouvidos bem abertos, para não desprezarmos as verdadeiras profecias (1ª Ts 5.20).
·         O Espírito Santo continua ainda a falar através dos dons que distribui à Igreja.
·         Cada profecia deve ser considerada de acordo com as demandas e reivindicações da Bíblia.
·         Nada, absolu­tamente nada, pode estar acima da Bíblia Sagrada – nossa única regra de fé e conduta.




SEÇÃO III

Nessa Seção, apresentamos alguns comentários bíblicos extraídos de Enciclopédias de Comentários Bíblicos e Livros especializados nas áreas de hermenêutica e exegese bíblica.
A leitura do conteúdo aqui apresentado proporcionará ao professor de EBD, a imersão na riqueza dos conhecimentos apresentados por seus autores, quando trata do contexto do texto, ou das especificidades de uma expressão ou palavra.



COMENTÁRIO, EXTRAÍDO NA ÍNTEGRA, DA ENCICLOPÉDIA
O NOVO COMENTÁRIO DA BÍBLIA”

Profetas em conflito: Jeremias e Hananias (28:1-17)

Este capítulo apresenta grande divergência entre o texto massorético e a Septuaginta. Geralmente as diferenças são expansões desnecessárias no hebraico do vigoroso texto dos Setenta. O capítulo contém quatro discursos - dois de Hananias e dois de Jeremias.

1. A PROCLAMAÇÃO DE HANANIAS (28:1-4)
Como aqui sucede, é sempre um problema crucial se um profeta é verdadeiro ou falso. Hananias ouvira Jeremias proclamar o exílio da nação rebelde; numa resposta violenta, afirma que Iavé lhe dissera o contrário, e exprime a correção através do símbolo do jugo quebrado (4).

2. A DECLARAÇÃO DE JEREMIAS (28:5-9)
A resposta de Jeremias é irônica: “Assim faça o Senhor”, dando a entender aos ouvintes o seu absoluto repúdio dessa segurança imaginária. Ao contrário de Hananias, sabia que só o arrependimento evitaria a catástrofe. Em qualquer caso, só a confirmação da profecia de Hananias poderia estabelecer a sua validade. Para Jeremias, o problema era a condenação não a paz ou a segurança, pois via que Hananias e os profetas paganizados que com ele alinhavam revelavam total ignorância das exigências de Iavé. A questão da verdade ou da falsidade não dependia só de ser ou não sincero, mas também da compreensão baseada na experiência e na obediência. O princípio era tragicamente claro: alguém poderia ser absolutamente sincero e, no entanto, estar condenado.

3. A DEMONSTRAÇÃO DE HANA­NIAS (28:10,11)
Dramaticamente, Hananias demonstrou o seu ponto de vista, quebrando o jugo que tirara a Jeremias; assim seria quebrado dentro de dois anos o poder de Nabucodonosor.
E Jeremias... se foi seu caminho (11). Por que não respondeu imediatamente? Muito se tem escrito acerca desta incógnita. A resposta provável é que talvez Jeremias achasse não ser aquele o momento próprio. A multidão devia ter ficado fortemente impressionada com a sensacional mensagem de Hananias. Além disso, podia haver perigo para a vida de Jeremias e, sensatamente, ele retirou-se para permitir que os ânimos se acalmassem antes de responder. Talvez precisasse também de tempo para meditar na sua resposta.

4. A DENúNCIA DE JEREMIAS (28:12-17)
Jeremias saiu do seu silêncio e meditação com o espírito iluminado sobre o problema; Iavé tinha confirmado a sua intuição; portanto, Hananias estava enganado e a sua mensagem era falsa.
Não te enviou o Senhor (15). Para Jeremias, isto assumia a gravidade de uma sentença de morte; era aquela também a fonte da força perdurável do profeta, que tinha de caminhar em frente, apesar dos maiores perigos, uma vez que tinha sido enviado. “Ficou firme como vendo o invisível”.



COMENTÁRIO, EXTRAÍDO NA ÍNTEGRA, DO LIVRO
“JEREMIAS E LAMENTAÇÕES – INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO”
DE R. K. HARRISON, DA EDITORA MUNDO CRISTÃ – SÉRIE CULTURA BÍBLICA


Profeta contra profeta (28:1-17)

Em 594 a.C. Jeremias teve um encontro com um profeta falso que estava animando e consolando o povo.

28.1-4
A LXX(SEPITUAGINTA) e TM(TEXTO MASSORÉTICO) têm grandes divergências em todo o capítulo. A primeira é breve e concisa, enquanto que o TM é mais ampliado. Hananias era um profeta falso que não aparece em outras passagens. Ele fala com sarcasmo do jugo que Jeremias ainda estava usando, e suas promessas de restauração contradiziam as afirmações de Jeremias de 22:24-27, colocando muito em destaque a questão de profecia falsa e verdadeira. A maioria dos ouvintes creria somente no que queriam ouvir.

28.5-17
A resposta de Jeremias a isto é um irônico Amém! Assim faça o Senhor (6), talvez provocando um sentimento de dúvida com o tom de voz. Os acontecimentos futuros provariam quem estava certo, e Jeremias sabia que Judá só teria paz e segurança se se arrependesse sinceramente e obedecesse à aliança. Entusiasmo ou sinceridade não demonstrariam verdade ou mentira; somente a obediência a Deus. Hananias quebrou o jugo de Jeremias ao mesmo tempo que predizia a humilhação de Babilônia para dali a dois anos. Quando Jeremias por fim recebeu uma mensagem de Deus, esta era de um tom mais severo que a anterior. A LXX traz eu te farei (13) onde o TM tem farás. A resolução férrea de Deus de punir Judá e seus vizinhos faz com que da revolta surja um jugo ainda mais forte. A morte relativamente rápida de Hananias (17) mostrou qual é a penalidade para apostasia e rebelião. Compare com Dt 13: 5, e as mortes súbitas de Pelatias (Ez 11:13) e Ananias e Safira (At 5:1-11).


Abaixo transcrevemos, na íntegra, a introdução do livro de john F. walvoord – todas as profecias da bíblia – da editora vida, por considerarmos que o tema abordado pelo autor, é relevante para o enriquecimento do conhecimento do professor de ebd.



INTRODUÇÃO


A IMPORTÂNCIA DA PROFECIA

Na história da Igreja, as porções escatológicas ou proféticas das Escrituras sofreram mais com interpretações inadequadas do que qualquer outro importante assunto teológico. A razão desse fato é que a Igreja se desviou de uma interpretação normal, gramatical e literal da profecia, e adotou outra, não-literal e sujeita aos caprichos do intérprete.
Nos primeiros dois séculos da era cristã, a Igreja era predominantemente pré-milenista, pois ensinava que Cristo cumpriria a profecia de sua segunda vinda e inauguraria seu reinado de mil anos sobre a Terra antes que começasse a eternidade. Embora esta interpretação nem sempre fosse coerente e às vezes fantasiosa, em geral a profecia era tratada da mesma maneira que as demais porções das Escrituras.
A partir de 190 d.C. e durante o terceiro século, a escola herétiça de Alexandria, no Egito, trouxe a lume e defendeu o princípio errôneo de que a Bíblia deveria ser interpretada em um sentido não-literal ou alegórico. Ao aplicar esse conceito às Escrituras, os alexandrinos subverteram as doutrinas mais importantes da fé, inclusive a profecia. O resultado foi que houve pouco progresso na teologia, especialmente na área profética, até que esse problema de interpretação fosse resolvido.
Agostinho (354-430) resgatou a Igreja desse princípio errôneo, pelo menos no que dizia respeito às passagens não-proféticas, mas continuou a tratar a profecia de maneira não-literal, com o propósito de eliminar a idéia de um reino milenar sobre a Terra.
Pelo fato do amilenismo, que nega um reino milenar literal após a segunda vinda de Cristo, ser um sistema essencialmente negativo e dificultar a interpretação literal inteligente da profecia, houve pouco progresso nessa área. Embora a Igreja não deixasse de crer no Céu e Inferno, negligenciou ou racionalizou longas passagens proféticas que tinham que ver com Israel e o reino terreno, freqüentemente mencionados no Antigo Testamento. Mesmo durante a Reforma protestante a profecia não foi resgatada desse entrave à sua interpretação.
Embora remanescentes da Igreja defendessem uma posição pré­milenista, foi apenas nos séculos XIX e XX que começou a tomar forma e a se firmar um movimento para restaurar a verdade literal da profecia. O século XX foi particularmente significativo no progresso da interpretação profética e aquele no qual muitos detalhes das profecias foram debatidos e esclarecidos de maneira que nunca fora possível antes. Embora o amilenismo continue a ser a posição majoritária da Igreja, entre os que adotam uma visão elevada da inerrância das Escrituras a posição pré-milenista recebeu exposição detalhada, que serviu para oferecer uma visão inteligente do presente e futuro, do ponto de vista da profecia bíblica.
A importância da profecia deveria ser evidente, mesmo num exame superficial da fé cristã, pois cerca de um quarto da Bíblia era profecia, quando a Palavra de Deus foi transmitida. É evidente que o Senhor tencionava levantar o véu do futuro, a fim de nos conceder alguma indicação de quais eram seus planos e propósitos para a raça humana e o universo como um todo. Passagens que apóiam a interpretação pré-milenista, negligenciadas e mal interpretadas, foram corrigidas, em certa medida, no decorrer do século XX.
Na natureza da fé cristã, uma firme esperança quanto à escatologia é essencial. Um cristianismo sem futuro não seria autêntico. Em contraste, entretanto, com a escatologia das religiões pagãs, que pintam um quadro sombrio do futuro, a esperança do cristianismo é límpida e brilhante, e oferece ao cristão a verdade fundamental de que, para ele, a próxima vida é melhor que a presente. Como Paulo disse em 2º Coríntios 5.8: “Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor”. Na fé cristã, o futuro é pintado com tons de bênção e felicidade na presença do Senhor, sem os males pertencentes a esta vida.
A revelação da profecia na Escritura serve como importante prova de que a Bíblia é exata em sua interpretação do futuro. O fato de que aproximadamente metade das profecias bíblicas já teve o seu cumprimento de forma literal concede-nos uma base intelectual adequada para presumir que a profecia que ainda aguarda um desfecho terá, de igual modo, cumprimento integral. Ao mesmo tempo, justifica-se a conclusão de que a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e a profecia, a qual foge ao controle de qualquer esquema humano, é de fato uma revelação feita por Deus sobre o que ainda acontecerá. O cumprimento de diversas profecias serve como guia para a interpretação das que ainda aguardam sua realização.
A profecia bíblica, adequadamente interpretada, também supre uma diretriz para estabelecermos o valor da conduta humana e das coisas que pertencem a esta vida. Para o crente, a pergunta definitiva é se Deus considera valioso o que acontece na atualidade, e isso entra em choque com o sistema de valores do mundo, que é predominantemente materialista.
A profecia também é um apoio para a revelação bíblica da justiça de Deus e uma base para a afirmação de que a fé cristã possui um relacionamento integral com a moralidade. É óbvio que a vida presente não demonstra plenamente a justiça divina, pois muitas situações de maldade e injustiça não são ativamente julgadas. Escrituras proféticas ligadas a esse impasse indicam que cada ato será levado a juízo, de acordo com o padrão infinito de justiça de um Deus santo e, assim, a profecia oferece uma base para a moralidade sustentada pelo caráter do próprio Deus.
A profecia também oferece um guia para o significado da história. Embora os eruditos continuem a debater uma filosofia histórica, a Bíblia afirma, na verdade, que a vida humana é o desdobramento do plano de Deus e do seu propósito de revelar-se a Si mesmo e manifestar seu amor, graça e justiça de um modo que seria impossível se não fosse a existência da humanidade. Na fé cristã o relato bíblico tem o seu clímax no plano de Deus para o futuro, em que o nosso planeta será transformado, a fim de que surja uma nova Terra. Uma interpretação adequada da profecia serve para apoiar ou aperfeiçoar todas as outras áreas teológicas, e, sem um estudo apropriado da profecia bíblica, todas as outras áreas, em certo sentido, tornam-se uma revelação incompleta.
Ao tentarmos comunicar o significado das Escrituras com respeito ao passado e futuro, a profecia serve para trazer luz e compreensão a muitos aspectos de nossa vida presente, bem como de nossa esperança futura. Num esforço de entender e interpretar corretamente a profecia como um exercício teológico válido e justificável, é necessário estabelecer uma base adequada de interpretação.


A INTERPRETAÇÃO DA PROFECIA

Pressuposições gerais na interpretação bíblica

Como em todas as ciências, a teologia baseia-se em pressuposições. A humanidade vive em um mundo organizado, com leis naturais observáveis e evidências de um projeto. A natureza desta organização em que vivemos revela uma evidente inter-relação de propósitos que exige a existência de um Deus, infinito em poder, racional, e que possui os elementos básicos de personalidade, intelecto, sensatez e vontade. Os fatos observáveis da natureza, bem como a revelação nas Escrituras, precisam ser coerentes com tal Senhor. Tais fatos, organizados de modo a formar um sistema racional, são a substância da teologia, o que faz dela uma ciência que abrange os fatos revelados sobre Deus, a Criação e a história. Aos acontecimentos revelados na natureza, as Escrituras revelam a verdade adicional de que Deus é cheio de graça, santo, amoroso, paciente, fiel e bom, e tem atributos infinitos de conhecimento, poder e propósito racional.
O que é verdade sobre a teologia como um todo é especialmente correto sobre a interpretação bíblica. Ao abordarmos o estudo das Es­crituras, pelo menos quatro pressuposições são essenciais.
1. Para se ter uma interpretação coerente e sólida da Bíblia, é necessário presumir que há amplas provas de que ela foi inspirada pelo Espírito Santo e que os autores humanos foram guiados na tarefa de escrever as Escrituras e na seleção das palavras que utilizaram. Assim, a Bíblia é uma revelação inerrante, a qual contém toda a verdade que Deus desejou incluir, e da qual estão excluídos todos os fatos que não deviam estar presentes. Portanto, a Bíblia, como a Palavra inspirada de Deus, não se contradiz, desde que seja adequadamente interpretada.
2. A Bíblia tem como objetivo comunicar a verdade a respeito de Deus e do universo, registrar fatos históricos, revelar princípios éticos, suprir a sabedoria necessária para os julgamentos humanos, revelar valores morais e materiais e oferecer predições de eventos futuros.
3. A Bíblia revela progressivamente a verdade de Deus, de tal maneira que é possível reconhecer mudanças, tais como o contraste entre a Lei e a presente dispensação da Graça. Revelação posterior pode substituir a anterior, sem, com isso, contradizê-la.
4. Embora a Bíblia seja um livro incomum em muitos aspectos, é uma peça literária normativa, que usa palavras para comunicar verdades. No entanto, faz isso com uma variedade de formas, tais como história, poesia e profecia, e às vezes utiliza figuras de linguagem comuns a outros tipos literários. Embora seja um livro sobrenatural, a Bíblia fala mediante maneiras normativas que podem ser ilustradas em literatura extrabíblica.

Regras gerais de interpretação bíblica
Embora a interpretação bíblica seja um problema muito complexo, se certas regras gerais forem seguidas, o intérprete não compreenderá de forma errônea as Escrituras.
1. Ao abordar as Escrituras, é preciso que haja, antes de qualquer outra coisa, o estudo das palavras ali empregadas, seus usos gerais, sua variedade de sentido, seu contexto histórico e teológico, e a determinação do provável sentido da palavra quando usada num certo contexto.
2. As palavras das Escrituras são usadas num contexto gramatical que deve ser observado, o qual inclui assuntos como se o termo foi utilizado numa afirmação de um fato, numa ordem, na expressão de um propósito ou na aplicação a uma situação específica.
3. Em qualquer interpretação, é sumamente importante decidir a quem foi dirigida determinada passagem, pois isso envolve a aplicação do texto.
4. Nenhuma passagem deve ser interpretada isolada de seu contexto. É necessário que se dedique atenção cuidadosa ao contexto imediato, ao contexto geral e ao de toda Escritura. Isso servirá para relacionar a reve­lação contida na referida passagem ao conteúdo revelatório de toda a Bíblia.
5. O caráter literário da passagem a ser interpretada deve ser levado em conta, pois a Bíblia foi escrita numa variedade de estilos – tais como história, poesia, adoração, predição – e usa uma gama de figuras de linguagem. Esses fatores determinam a interpretação de cada passagem específica.
6. Se as Escrituras foram inspiradas pelo Espírito Santo e não contêm erros, é importante comparar cada passagem a todas as outras que tenham relação com ela. O livro de Apocalipse, por exemplo, é interpretado por meio de um estudo comparativo com o de Daniel. Uma porção das Escrituras lança luz sobre outra porção.
7. Embora a Bíblia seja majoritariamente escrita em um estilo que deve ser interpretado como uma apresentação normal e factual, ela emprega, como qualquer outra literatura, figuras de linguagem, e estas precisam ser tomadas em seu sentido tencionado. Todas as formas de literatura bíblica oferecem, em última análise, a verdade factual.
8. Ao interpretar a Bíblia, o leitor precisa buscar a orientação do Espírito Santo, o qual lança luz sobre as Escrituras e guia a sua interpretação.

Diretrizes para a interpretação da profecia
A interpretação da profecia tem seus problemas peculiares, quando esta revela algum evento futuro ou é redigida em linguagem figurada ou apocalíptica. Em alguns casos, é difícil determinar o sentido exato do texto, porque não há comparação corroborativa com a história. Em geral, todavia, a profecia lida com fatos. Uma vez que muitas das profecias já se cumpriram literalmente, a natureza desse cumprimento oferece diretrizes para a interpretação de uma mensagem que ainda não se cumpriu. Além das regras gerais para a interpretação da Bíblia, certas diretrizes adicionais nos assistem na significação profética.
1. Tal como acontece em relação ao significado de toda a Bíblia, é muito importante determinarmos o sentido de palavras significativas na interpretação da profecia. Muitas vezes, essas palavras têm um contexto histórico que nos ajuda a entender aquilo a que se referem.
2. Uma das decisões importantes necessárias na interpretação da profecia é determinarmos se ela se refere ao presente ou ao futuro, ou seja, de nossa perspectiva, se ela diz respeito a uma situação passada ou presente, ou se é preditiva de acontecimentos futuros. Um profeta bíblico, especialmente no período do Antigo Testamento, muitas vezes trazia mensagens contemporâneas que lidavam com acontecimentos de sua época e não tinham implicações futuras naquilo que revelavam. Este problema é complicado, pelo fato de que muitas vezes a profecia era apresentada no tempo passado, porque o escritor sagrado assumia a posição de quem olha para a profecia como se já tivesse se cumprido. No entanto, é possível afirmarmos com presteza se a referida mensagem lida com o passado, o presente ou o futuro.
3. Muitas profecias foram cumpridas pouco tempo após sua revelação. Pelo menos metade das mensagens bíblicas já se cumpriram literalmente. Tal cumprimento confirma o fato de que a profecia ainda não cumprida também o será literalmente, como se pode deduzir do que já aconteceu. Uma profecia cumprida é um importante guia na interpretação da que ainda não se concretizou, e geralmente confirma o conceito da interpretação literal da profecia.
4. As profecias podem ser condicionais ou incondicionais. Isso se torna uma parte importante das conclusões a que se pode chegar, a partir da revelação profética. Se uma profecia for condicional, é possível que nunca se cumpra. Se for incondicional, é certo que será cumprida' seja qual for a reação humana. Esta é uma área confusa da interpretação da profecia, desde que alguns presumem que a profecia é sempre condicional, mesmo quando não há dados que apóiem tal idéia.
5. As profecias às vezes têm mais de um cumprimento. Esse fato é chamado de lei da dupla referência. Não é incomum nas Escrituras encontrarmos profecias que sejam parcialmente cumpridas pouco depois de pronunciadas e tenham cumprimento completo posterior. Assim, o que parece ser um cumprimento parcial não deveria ser tomado como a resposta final, pois o futuro pode registrar um cumprimento integral.
6. Uma das questões mais importantes da interpretação da profecia é se ela é literal ou figurada. No início da história da Igreja, especialmente no século III, surgiu uma escola de interpretação em Alexandria que tentava interpretar toda a Bíblia num sentido alegórico ou não-literal. A influência dessa escola foi uma das principais razões pelas quais o pré-milenismo da Igreja primitiva praticamente desapareceu, e uma forma de amilenismo tornou-se a abordagem dominante.
Embora a escola alexandrina seja rotulada por todos os teólogos como herética, o efeito da interpretação não-literal sobre a profecia tornou-se aceitável pelos escritos teológicos de Agostinho de Hipona, que aplicava a interpretação alegórica exclusivamente à profecia e não às outras formas da revelação bíblica. Essa influência continuou durante a Reforma protestante e chegou até os nossos dias.
Entre os intérpretes conservadores da Bíblia, a questão da inter­pretação literal versus alegórica ou figurada é um problema maior, porque dela depende se a Bíblia ensina ou não um reino milenar futuro após a segunda vinda de Cristo. Pelo fato de a Igreja estar dividida quanto à esta questão, é preciso dar plena atenção à interpretação da profecia, à medida que ela acontece na Bíblia, para vermos o que as próprias Escrituras indicam sobre interpretação literal versus não-literal.
A confusão também reina na terminologia, que às vezes contrasta o literal com o espiritual, ou o literal com o tipológico. A interpretação não-literal não é necessariamente mais espiritual do que a literal. A consideração dos tipos nesta área de estudo é outro aspecto que causa confusão. A tipologia, todavia, depende do fato histórico que é usado como ilustração de uma verdade posterior, mas que não é profético quando tomado em seu sentido normal. Embora seja possível demonstrar que a maior parte das profecias deva ser interpretada literalmente, isso não elimina o elemento figurativo da revelação, o uso de alegorias, as passagens apocalípticas e outras formas de profecia não-literal. Embora seja difícil lidar com essas coisas em nível abstrato, quando se estuda uma passagem específica, é possível determinar em que medida ela é literal.
7. A literatura apocalíptica pertence a classe única, porque todos concordam que ela não é, estritamente falando, literal em sua inter­pretação. Exemplos notáveis, é claro, são os livros de Daniel, Ezequiel e Apocalipse. O fato de tal revelação não ser literal, todavia, não nega que revela fatos específicos. Aqui a habilidade interpretativa é extremamente necessária, e a comparação cuidadosa de um texto com outro é essencial para a determinação do sentido real. Isso será ilustrado à medida que as profecias bíblicas forem interpretadas.
Conforme acontece quando se lê qualquer outro tipo de literatura, pode-se presumir no estudo da profecia que uma afirmação sobre um acontecimento futuro é factual e literal, a não ser que haja boas e claras razões para tomá-la em outro sentido. Aqui, o bom senso do intérprete e sua capacidade de evitar preconceitos são muito importantes para permitir que a passagem fale por si mesma.

Principais interpretações teológicas da profecia
Interpretações amilenistas.
Entre as interpretações ortodoxas da Bíblia, a mais destacada desde o século IV da era cristã é a amilenista ou não-milenista. Apresentada por Agostinho, ela sustenta que não haverá um reino literal futuro de Cristo sobre a Terra, de mil anos de duração, mas que o milênio se refere à presente era, ou talvez aos últimos mil anos da presente dispensação. Como essa posição não oferecia uma interpretação literal das passagens milenares, foi designada como amilenista a partir do século XIX.
A interpretação amilenista, dentro dos limites da teologia ortodoxa, oferece várias explicações para o cumprimento das profecias ligadas ao milênio. A mais popular, a explicação agostiniana, relaciona os mil anos à presente dispensação como um reino espiritual em que Cristo domina sobre os corações dos crentes ou é materializado no progresso do Evangelho na Igreja.
Amilenistas dos séculos XIX e XX ofereceram interpretações variadas, quando alguns sustentaram que o milênio se cumpre no período entre a morte e a ressurreição do crente. No século XX, alguns afirmaram que os mil anos terão o seu cumprimento no novo Céu e na nova Terra, descritos em Apocalipse 21 e 22. Alguns amilenistas também sugerem que as passagens milenares são condicionais e não se cumprirão, porque Israel apostatou da fé. Ainda outros afirmam que o reino na Terra cumpriu-se no reinado de Salomão, que controlou a terra prometida a Abraão (Gn 15.18).
No contexto do amilenismo do século XX, também é considerada a interpretação neo-ortodoxa. Essa posição considera que o reino se cumpre na experiência individual do crente. Em termos gerais, os eruditos neo-ortodoxos sustentam que Deus se comunica diretamente com o crente de modo sobrenatural e que a Bíblia não deve ser considerada, por si só, um registro infalível da revelação divina.
Todos os teólogos liberais também são amilenistas, pois não crêem que aconteça um milênio literal no futuro.

Interpretação pós-milenista.
Apresentada por Daniel Whitby no século XVIII, outra interpretação da profecia tornou-se popular, ao afirmar especificamente que o milênio consistiria nos últimos mil anos da presente dispensação. Os que aderiram a esta posição acreditavam que o Evangelho triunfaria de tal modo no mundo que toda a Terra seria cristianizada, a fim de trazer assim uma era áurea que corresponderia ao reino milenar. Tal como o amilenismo, coloca a segunda vinda de Cristo no final do milênio. Em sua forma original, o pós-milenismo era uma interpretação bíblica que buscava uma visão mais literal do milênio do que a adotada pelos pós-milenistas posteriores, no século XX.
O pós-milenismo deste século, influenciado pela evolução, tornou-se menos bíblico e adotou o conceito do progresso espiritual ao longo de um extenso período de tempo, que teria uma dispensação de ouro para a humanidade. Esses pós-milenistas, no entanto, não são considerados ortodoxos. Como movimento teológico, deixou de ser significativo na primeira metade do século XX, mas pequenos grupos tentam revivê-lo nas discussões teológicas recentes.

Interpretação pré-milenista.
Desde o primeiro século da era cristã, os estudiosos das Escrituras sustentam que a segunda vinda de Cristo acontecerá antes do milênio, ou seja, que a segunda fase da volta de Jesus será seguida de um reino literal de Cristo sobre a Terra com mil anos de duração. Essa era a posição predominante da Igreja primitiva, conforme testemunhado pelos primeiros pais da Igreja. Por volta do século III, todavia, a escola teológica alexandrina introduziu a interpretação alegórica generalizada das Escrituras e conseguiu destronar a posição pré-milenista.
Nos últimos séculos, todavia, o pré- milenismo foi revivido por es­tudiosos bíblicos e hoje é adotado por muitos que são ortodoxos em sua teologia. Ao contrário do amilenismo e do pós-milenismo, a interpretação pré-milenista não é adotada por liberais, pois se baseia no conceito de que a Bíblia é a Palavra de Deus e as profecias devem ser interpretadas em seu sentido literal.
A posição pré-milenista tem muito a seu favor, por tratar a profecia com os mesmos princípios de interpretação normais em outras áreas de investigação teológica. De modo geral, o pré-milenismo é a posição adotada na interpretação da profecia neste livro. O fato de tantas profecias já se terem cumprido literalmente dá apoio à expectativa de que muitas delas ainda terão seu cumprimento literal.




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