LIÇÃO 7 - O CUIDADO COM AS OVELHAS - 16/5/2010

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O Cuidado com as Ovelhas

Lição – 7 (CPAD)
16 de maio de 2010
2° trimestre



Caro professor de EBD.
Se sua Igreja adota as revistas da CPAD, desejamos que o conteúdo disponibilizado neste blog, possa auxiliá-lo no preparo de sua aula.
É um blog recém-criado, e que gradativamente, seu conteúdo será enriquecido, para que possa tornar-se uma ferramenta poderosa de auxílio aos professores de Escolas Bíblias Dominicais ou Sabatinais, no Brasil e em outros países cuja trabalho missionário adotam as revistas da CPAD.
Em mais de trinta anos participando ativamente em todas as esferas da EBD, pude observar que noventa e cinco por cento dos professores tinham dificuldades no preparo de suas aulas por não disporem de conteúdos paralelos de pesquisa, tais como: Dicionários, Enciclopédias, Bíblias Comentadas, livros de Comentários Bíblicos, livros de Teologia Sistemática ou mesmo livros que comentam o texto bíblico com base nos princípios hermenêuticos e exegéticos.
O professor de EBD deve, em uma atitude ativa, dinâmica e progressiva, desenvolver o hábito de leitura.
E isso não restringe somente a leitura da Bíblia. Um bom professor de EBD deve, gradativamente, ir compondo sua biblioteca com os tipos de livros citados acima, bem como, livros nas áreas de: liderança, comportamento, relacionamentos, literatura romanesca (nacionais e estrangeiras), psicologia, ciência, história e geografia etc.
Nenhum professor deve exigir, de si mesmo, o domínio total nessas áreas do conhecimento. Basta tão somente conhecê-las, e isso, só se consegue por meio de leitura. Pois quando somadas ao conhecimento provindo do estuda da Bíblia, o Espírito Santo, proporcionará aos seus alunos uma aula enriquecedora, que irá ajudá-los nas transformações do cotidiano de suas vidas.
Nossa intenção não é preparar um modelo ou modelos de aula para serem usados, nem tão pouco, produzir o desenvolvimento do conteúdo da lição tópico por tópico, como são apresentados em todos os blogs e sites, dos mais aos menos renomados, que intencionam ajudar o professor de EBD. Ingenuamente, esses modelos de aula cria um engessamento intelectual no professor, pois o mesmo fica limitado ao que lhe foi apresentado como “excelência de aula”.
Nosso propósito maior é disponibilizar partes de textos, devidamente identificada sua autoria, para que o professor, com base nesses conteúdos, que talvez não tenha acesso por não possuir tais livros, possa, ele mesmo, preparar sua aula.
Com o EBD WEB MASTER o professor fundamentará melhor a sua aula ao contextualizar o que esta sendo tomado como tema da lição, com os artigos disponibilizados no EBD WEB MASTER e com a aplicação da transversalidade que está sendo dada à passagem bíblica.
Nosso blog se tornará a maior biblioteca virtual de pesquisa para lições da EBD. Com essa iniciativa estamos dando início a um trabalho pioneiro nessa área.
O professor verá, que ao final de um ano, após ter adotado o EBD WEB MASTER como ferramenta principal de auxílio no preparo de suas aulas, o quanto foi útil no crescimento pessoal, de sua classe, e por extensão, também de sua Igreja.
Esse blog crescerá de forma contínua, porém gradativa. Nosso objetivo maior é poder, o mais que possível, disponibilizar artigos que sirvam de auxílio ao professor.
Escreva para nós. Envie sugestões, comentários e críticas. Estamos aberto ao diálogo.

Ore e divulgue essa iniciativa.

Kemuel Carvalho
Professor de EBD



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para o e-mail (ebdwebmaster@hotmail.com) para que tão
logo postemos o conteúdo, possamos informar para você.  




SEÇÃO I

Nessa Seção, para uma melhor compreensão do texto bíblico, e para elucidação de possíveis dificuldades, que por ventura, o professor venha a encontrar no campo semântico ou lingüístico do texto bíblico encontrado na LEITURA BÍBLICA, apresentaremos o mesmo texto, nas quatro versões mais usadas no meio cristão, que são: Versão Revista e Corrigida (ARC), Versão Revista e Atualizada (ARA), Versão Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH) e a Nova Versão Internacional (NVI).
O professor verá o quanto a leitura paralela desses textos irá proporcionar uma melhor compreensão do que esta sendo comentado nos tópicos da lição.



LEITURA BÍBLICA
Revista: Jeremias 23.1-4
                João 10.1-5
Estudo:  Jeremias 23
João 10.1-17


OBSERVAÇÃO:
Na seção Artigos disponibilizamos alguns artigos de aspecto introdutório ou mesmo geral do Livro de Jeremias. É importante a leitura desses artigos para que o professor tenha uma visão panorâmica
dos aspectos que envolve todo o conteúdo do livro.



Versão Revista e Corrigida – ARC

Jeremias 23
1     Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR.
2     Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o SENHOR.
3     E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão.
4     E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o SENHOR.
5     Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra.
6     Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o nome com que o nomearão: O SENHOR, Justiça Nossa.
7     Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito,
8     mas: Vive o SENHOR que fez subir e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do Norte e de todas as terras para onde os tinha arrojado. E habitarão na sua terra.
9     Quanto aos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como um homem embriagado e como um homem vencido pelo vinho, por causa do SENHOR e por causa das palavras da sua santidade.
10   Porque a terra está cheia de adúlteros e a terra chora por causa da maldição; e os pastos do deserto se secam, pois a sua carreira é má, e a sua força não é reta.
11   Porque tanto o profeta como o sacerdote estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR.
12   Portanto, o seu caminho lhes será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, o ano mesmo da sua visitação, diz o SENHOR.
13   Nos profetas de Samaria, bem vi eu loucura: profetizaram da parte de Baal e fizeram errar o meu povo de Israel.
14   Mas, nos profetas de Jerusalém, vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e esforçam as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os moradores dela, como Gomorra.
15   Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer alosna, e lhes farei beber águas de fel, porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.
16   Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades e falam da visão do seu coração, não da boca do SENHOR.
17   Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo o propósito do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.
18   Porque quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ouviu?
19   Eis que saiu com indignação a tempestade do SENHOR, e uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios.
20   Não se desviará a ira do SENHOR até que execute e cumpra os pensamentos do seu coração; no fim dos dias, entendereis isso claramente.
21   Não mandei os profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; todavia, eles profetizaram.
22   Mas, se estivessem no meu conselho, então, fariam ouvir as minhas palavras ao meu povo, e o fariam voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.
23   Sou eu apenas Deus de perto, diz o SENHOR, e não também Deus de longe?
24   Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? --diz o SENHOR. Porventura, não encho eu os céus e a terra? --diz o SENHOR.
25   Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei! Sonhei!
26   Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras e que são só profetas do engano do seu coração?
27   Os quais cuidam que farão que o meu povo se esqueça do meu nome, pelos sonhos que cada um conta ao seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do meu nome, por causa de Baal.
28   O profeta que teve um sonho, que conte o sonho; e aquele em quem está a minha palavra, que fale a minha palavra, com verdade. Que tem a palha com o trigo? --diz o SENHOR.
29   Não é a minha palavra como fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiúça a penha?
30   Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro.
31   Eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que usam de sua língua e dizem: Ele disse.
32   Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o SENHOR.
33   Quando, pois, te perguntar este povo, ou qualquer profeta, ou sacerdote, dizendo: Qual é o peso do SENHOR?, então, lhe dirás: Vós sois o peso, eu vos deixarei, diz o SENHOR.
34   E, quanto ao profeta, e ao sacerdote, e ao povo que disser: Peso do SENHOR, eu castigarei o tal homem e a sua casa.
35   Assim direis, cada um ao seu companheiro e cada um ao seu irmão: Que respondeu o SENHOR? Que falou o SENHOR?
36   Mas nunca mais vos lembrareis do peso do SENHOR, porque a cada um lhe servirá de peso a sua própria palavra. Vós torceis as palavras do Deus vivo, do SENHOR dos Exércitos, o nosso Deus.
37   Assim dirás ao profeta: O que te respondeu o SENHOR? O que falou o SENHOR?
38   Mas, porque dizeis: Peso do SENHOR, assim o diz o SENHOR: Porque dizeis esta expressão Peso do SENHOR (havendo-vos eu ordenado: não direis Peso do SENHOR),
39   por isso, eis que também eu me esquecerei totalmente de vós e a vós, e à cidade que vos dei a vós, e a vossos pais, tirarei da minha presença.
40   E porei sobre vós perpétuo opróbrio e eterna vergonha, que não serão esquecidos.

João 10.1-17
1     Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2     Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3     A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora.
4     E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.
5     Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
6     Jesus disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.
7     Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
8     Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.
9     Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se -á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.
10   O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
11   Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
12   Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.
13   Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas.
14   Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
15   Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.
16   Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.


Versão Revista e Atualizada – ARA

Jeremias 23
1     Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! --diz o SENHOR.
2     Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o SENHOR.
3     Eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; serão fecundas e se multiplicarão.
4     Levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e elas jamais temerão, nem se espantarão; nem uma delas faltará, diz o SENHOR.
5     Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra.
6     Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa.
7     Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Tão certo como vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito;
8     mas: Tão certo como vive o SENHOR, que fez subir, que trouxe a descendência da casa de Israel da terra do Norte e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra.
9     Acerca dos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como homem embriagado e como homem vencido pelo vinho, por causa do SENHOR e por causa das suas santas palavras.
10   Porque a terra está cheia de adúlteros e chora por causa da maldição divina; os pastos do deserto se secam; pois a carreira dos adúlteros é má, e a sua força não é reta.
11   Pois estão contaminados, tanto o profeta como o sacerdote; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR.
12   Portanto, o caminho deles será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles calamidade, o ano mesmo em que os castigarei, diz o SENHOR.
13   Nos profetas de Samaria bem vi eu loucura; profetizavam da parte de Baal e faziam errar o meu povo de Israel.
14   Mas nos profetas de Jerusalém vejo coisa horrenda; cometem adultérios, andam com falsidade e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam cada um da sua maldade; todos eles se tornaram para mim como Sodoma, e os moradores de Jerusalém, como Gomorra.
15   Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que os alimentarei com absinto e lhes darei a beber água venenosa; porque dos profetas de Jerusalém se derramou a impiedade sobre toda a terra.
16   Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do SENHOR.
17   Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração dizem: Não virá mal sobre vós.
18   Porque quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ela atendeu?
19   Eis a tempestade do SENHOR! O furor saiu, e um redemoinho tempestuou sobre a cabeça dos perversos.
20   Não se desviará a ira do SENHOR, até que ele execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias, entendereis isso claramente.
21   Não mandei esses profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizaram.
22   Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito ouvir as minhas palavras ao meu povo e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.
23   Acaso, sou Deus apenas de perto, diz o SENHOR, e não também de longe?
24   Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? --diz o SENHOR; porventura, não encho eu os céus e a terra? --diz o SENHOR.
25   Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei.
26   Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração?
27   Os quais cuidam em fazer que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do meu nome, por causa de Baal.
28   O profeta que tem sonho conte -o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? --diz o SENHOR.
29   Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?
30   Portanto, eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro.
31   Eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse.
32   Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e com as suas mentiras e leviandades fazem errar o meu povo; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o SENHOR.
33   Quando, pois, este povo te perguntar, ou qualquer profeta, ou sacerdote, dizendo: Qual é a sentença pesada do SENHOR? Então, lhe dirás: Vós sois o peso, e eu vos arrojarei, diz o SENHOR.
34   Quanto ao profeta, e ao sacerdote, e ao povo que disser: Sentença pesada do SENHOR, a esse homem eu castigarei e a sua casa.
35   Antes, direis, cada um ao seu companheiro e cada um ao seu irmão: Que respondeu o SENHOR? Que falou o SENHOR?
36   Mas nunca mais fareis menção da sentença pesada do SENHOR; porque a cada um lhe servirá de sentença pesada a sua própria palavra; pois torceis as palavras do Deus vivo, do SENHOR dos Exércitos, o nosso Deus.
37   Assim dirás ao profeta: Que te respondeu o SENHOR? Que falou o SENHOR?
38   Mas, porque dizeis: Sentença pesada do SENHOR, assim o diz o SENHOR: Porque dizeis esta palavra: Sentença pesada do SENHOR (havendo-vos eu proibido de dizerdes esta palavra: Sentença pesada do SENHOR),
39   por isso, levantar-vos-ei e vos arrojarei da minha presença, a vós outros e à cidade que vos dei e a vossos pais.
40   Porei sobre vós perpétuo opróbrio e eterna vergonha, que jamais será esquecida.

João 10.1-17
1     Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador.
2     Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas.
3     Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora.
4     Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz;
5     mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
6     Jesus lhes propôs esta parábola, mas eles não compreenderam o sentido daquilo que lhes falava.
7     Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.
8     Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido.
9     Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.
10   O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
11   Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
12   O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa.
13   O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas.
14   Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim,
15   assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.
16   Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.


Nova Versão Internacional – NVI

Jeremias 23
1     “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto!”, diz o Senhor.
2     Portanto, assim diz o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que tomam conta do meu povo: “Foram vocês que dispersaram e expulsaram o meu rebanho, e não cuidaram dele. Mas eu vou castigar vocês pelos seus maus procedimentos”, declara o Senhor.
3     “Eu mesmo reunirei os remanescentes do meu rebanho de todas as terras para onde os expulsei e os trarei de volta à sua pastagem, a fim de que cresçam e se multipliquem.
4     Estabelecerei sobre eles pastores que cuidarão deles. E eles não mais terão medo ou pavor, e nenhum deles faltará”, declara o Senhor.
5     “Dias virão”, declara o Senhor, “em que levantarei para Davia um Renovo justo, um rei que reinará com sabedoria e fará o que é justo e certo na terra.
6     Em seus dias Judá será salva, Israel viverá em segurança, e este é o nome pelo qual será chamado: O Senhor é a Nossa Justiça.
7     “Portanto, vêm dias”, diz o Senhor, “em que não mais se dirá: ‘Juro pelo nome do Senhor, que trouxe os israelitas do Egito’,
8     mas se dirá: ‘Juro pelo nome do Senhor, que trouxe os descendentes de Israel da terra do norte e de todas as nações para onde os expulsou’. E eles viverão na sua própria terra”.
9     Acerca dos profetas: Meu coração está partido dentro de mim; todos os meus ossos tremem. Sou como um bêbado, como um homem dominado pelo vinho, por causa do Senhor e de suas santas palavras.
10   A terra está cheia de adúlteros,e por causa dissob a terra chorac e as pastagens do deserto estão secas. Seu modo de vida é perverso e o seu poder é ilegítimo.
11   “Tanto o profeta como o sacerdote são profanos; até no meu templo encontro as suas iniqüidades”, declara o Senhor.
12   “Por isso, o caminho deles será como lugares escorregadios nas trevas, para as quais serão banidos, e nelas cairão.Trarei a desgraça sobre eles,no ano do seu castigo”,declara o Senhor.
13   “Entre os profetas de Samaria vi algo repugnante: eles profetizaram por Baal e desviaram Israel, o meu povo.
14   E entre os profetas de Jerusalém vi algo horrível: eles cometem adultério e vivem uma mentira. Encorajam os que praticam o mal, para que nenhum deles se converta de sua impiedade. Para mim são todos como Sodoma; o povo de Jerusalém é como Gomorra.”
15   Por isso assim diz o Senhor dos Exércitos acerca dos profetas: “Eu os farei comer comida amarga e beber água envenenada, porque dos profetas de Jerusalém a impiedade se espalhou por toda esta terra”.
16   Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Não ouçam o que os profetas estão profetizando para vocês; eles os enchem de falsas esperanças. Falam de visões inventadas por eles mesmos, e que não vêm da boca do Senhor.
17   Vivem dizendo àqueles que desprezam a palavra do Senhor: ‘Vocês terão paz’. E a todos os que seguem a obstinação dos seus corações dizem: ‘Vocês não sofrerão desgraça alguma’.
18   Mas qual deles esteve no conselho do Senhor para ver ou ouvir a sua palavra? Quem deu atenção e obedeceu à minha palavra?
19   Vejam, a tempestade do Senhor! A sua fúria está à solta! Um vendaval vem sobre a cabeça dos ímpios.
20   A ira do Senhor não se afastará até que ele tenha completado os seus propósitos. Em dias vindouros vocês o compreenderão claramente.
21   Não enviei esses profetas, mas eles foram correndo levar sua mensagem; não falei com eles, mas eles profetizaram.
22   Mas se eles tivessem comparecido ao meu conselho, anunciariam as minhas palavras ao meu povo e teriam feito com que se convertessem do seu mau procedimento e das suas obras más.
23   “Sou eu apenas um Deus de perto”, pergunta o Senhor, “e não também um Deus de longe?
24   Poderá alguém esconder-se sem que eu o veja?”, pergunta o Senhor. “Não sou eu aquele que enche os céus e a terra?”, pergunta o Senhor.
25   “Ouvi o que dizem os profetas, que profetizam mentiras em meu nome, dizendo: ‘Tive um sonho! Tive um sonho!’
26   Até quando os profetas continuarão a profetizar mentiras e as ilusões de suas próprias mentes?
27   Eles imaginam que os sonhos que contam uns aos outros farão o povo esquecer o meu nome, assim como os seus antepassados esqueceram o meu nome por causa de Baal.
28   O profeta que tem um sonho, conte o sonho, e o que tem a minha palavra, fale a minha palavra com fidelidade. Pois o que tem a palha a ver com o trigo?”, pergunta o Senhor.
29   “Não é a minha palavra como o fogo”, pergunta o Senhor, “e como um martelo que despedaça a rocha?
30   “Portanto”, declara o Senhor, “estou contra os profetas que roubam uns dos outros as minhas palavras.
31   Sim”, declara o Senhor, “estou contra os profetas que com as suas próprias línguas declaram oráculos.
32   Sim, estou contra os que profetizam sonhos falsos”, declara o Senhor. “Eles os relatam e com as suas mentiras irresponsáveis desviam o meu povo. Eu não os enviei nem os autorizei; e eles não trazem benefício algum a este povo”, declara o Senhor.
33   “Quando este povo ou um profeta ou um sacerdote lhe perguntar: ‘Qual é a mensagem pesada da qual o Senhor o encarregou?’, diga-lhes: Vocês são o peso! E eu os abandonarei”, declara o Senhor.
34   “Se um profeta ou um sacerdote ou alguém do povo afirmar: ‘Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou’, eu castigarei esse homem e a sua família.
35   Assim dirá cada um de vocês ao seu amigo ou parente: ‘O que o Senhor respondeu? O que o Senhor falou?’
36   Nunca mais mencionem a expressão ‘Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou’, senão essa palavra se tornará uma ‘carga’ para aquele que a proferir; porque vocês distorcem as palavras do Deus vivo, do Senhor dos Exércitos, do nosso Deus.
37   É assim que vocês dirão ao profeta: ‘Qual é a resposta do Senhor para você?’ ou ‘O que o Senhor falou?’
38   Mas se vocês disserem: ‘Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou’ ”, assim diz o Senhor: “Vocês dizem: ‘Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou’, quando eu lhes adverti que não dissessem isso.
39   Por isso me esquecerei de vocês e os lançarei fora da minha presença, juntamente com a cidade que dei a vocês e aos seus antepassados.
40   Trarei sobre vocês humilhação perpétua, vergonha permanente, que jamais será esquecida”.

João 10.1-17
1     “Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante.
2     Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3     O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora.
4     Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz.
5     Mas nunca seguirão um estranho; na verdade, fugirão dele, porque não reconhecem a voz de estranhos”.
6     Jesus usou essa comparação, mas eles não compreenderam o que lhes estava falando.
7     Então Jesus afirmou de novo: “Digo-lhes a verdade: Eu sou a porta das ovelhas.
8     Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram.
9     Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagema.
10   O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.
11   “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. .
12   O assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo vem, abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca o rebanho e o dispersa.
13   Ele foge porque é assalariado e não se importa com as ovelhas.
14   “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem,
15   assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.
16   Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.


Versão Linguagem de Hoje – BLH

Jeremias 23
1     (1 -2) O Eterno, o Deus de Israel, diz o seguinte a respeito das autoridades encarregadas de cuidar do seu povo: -Ai de vocês, autoridades, que deixam que o meu povo seja morto e espalhado! Vocês não cuidaram do meu povo, mas o espalharam e o fizeram fugir. E agora eu os castigarei por causa das maldades que têm feito. Sou eu, o Eterno, quem está falando.
2     (1 -2) O Eterno, o Deus de Israel, diz o seguinte a respeito das autoridades encarregadas de cuidar do seu povo: -Ai de vocês, autoridades, que deixam que o meu povo seja morto e espalhado! Vocês não cuidaram do meu povo, mas o espalharam e o fizeram fugir. E agora eu os castigarei por causa das maldades que têm feito. Sou eu, o Eterno, quem está falando.
3     Ajuntarei o resto do meu povo dos países por onde os espalhei e os trarei de volta à sua pátria. Eles terão muitos filhos e aumentarão muito.
4     Eu lhes darei líderes que cuidarão deles. Não ficarão mais com medo nem apavorados, e nenhum deles se perderá. Eu, o Eterno, falei.
5     O Deus Eterno diz ainda: -Está chegando o tempo em que farei com que de Davi venha um descendente que seja um rei justo. Esse rei governará com sabedoria e fará o que é certo e honesto no país inteiro.
6     Quando isso acontecer, o povo de Judá ficará seguro, e o povo de Israel viverá em paz. Esse rei será chamado de "O-Eterno-nossa-Salvação".
7     -Está chegando o tempo-diz o Eterno-em que o povo não jurará mais por mim como o Deus vivo que tirou Israel da terra do Egito.
8     Em vez disso, vão jurar por mim como o Deus vivo que fez o povo de Israel voltar da terra do Norte e de todas as terras onde eu os tinha espalhado. E eles viverão na sua própria terra.
9     A respeito dos profetas eu disse o seguinte: "O meu coração está esmagado, e eu estou tremendo. Por causa do Deus Eterno, por causa das suas santas palavras, eu sou como um bêbado, pareço um homem que bebeu muito vinho.
10   A terra está cheia de adultérios; o povo vive pecando e gasta as suas forças à toa. Por causa da maldição divina, a terra chora, e os pastos estão secos."
11   O Eterno diz: "Os profetas e os sacerdotes não querem saber de mim; eu os peguei fazendo o mal no próprio Templo.
12   Os caminhos que eles seguem serão escuros, e neles será fácil escorregar; eu farei com que eles tropecem e caiam. Farei com que a desgraça venha sobre eles, pois está chegando o tempo do seu castigo. Sou eu, o Eterno, quem está falando.
13   Eu vi o pecado dos profetas de Samaria: eles anunciaram mensagens em nome do deus Baal e desviaram Israel, o meu povo.
14   Mas vejo que os profetas de Jerusalém fazem pior ainda: cometem adultério, dizem mentiras, ajudam os outros a fazerem o mal, e assim ninguém pára de fazer o que é errado. Para mim, todos eles são como a cidade de Sodoma, são tão maus como o povo de Gomorra.
15     Por isso, eu, o Eterno, o Todo-Poderoso, digo o seguinte a respeito dos profetas de Jerusalém: Eu farei com que eles comam ervas amargas e bebam água envenenada porque espalharam a descrença pelo país inteiro."
16   O Eterno, o Todo-Poderoso, diz ao povo de Jerusalém: -Não escutem o que os profetas dizem, pois eles estão iludindo vocês com falsas esperanças. Dizem coisas que eles mesmos inventam e não aquilo que eu falei.
17   Eles continuam dizendo aos que desprezam a minha mensagem: "Tudo irá bem." E dizem aos teimosos: "A desgraça não cairá sobre vocês."
18   Então eu disse: -Qual desses profetas algum dia conheceu os pensamentos secretos do Eterno? Será que algum deles viu e ouviu a palavra do Eterno? Qual deles deu atenção à sua mensagem e obedeceu?
19   E continuei: -A ira do Deus Eterno é uma tempestade, é um vento forte como um redemoinho, em cima da cabeça dos maus.
20   E essa ira não acabará até que Deus faça tudo o que planejou. No futuro, o seu povo compreenderá isso muito bem.
21   O Deus Eterno disse: -Eu não enviei esses profetas, nem lhes dei nenhuma mensagem. Mas assim mesmo eles saíram correndo e falaram em meu nome.
22   Se eles tivessem conhecido os meus pensamentos secretos, poderiam ter anunciado a minha mensagem e assim teriam feito o meu povo abandonar a sua vida errada e as maldades que vive praticando.
23   -Eu sou o Deus que está em toda parte e não num só lugar. Sou eu, o Eterno, quem está falando.
24   Ninguém pode se esconder num lugar onde eu não possa ver. Então vocês não sabem que estou em toda parte, no céu e na terra?
25   Eu sei o que têm dito esses profetas que falam mentiras em meu nome e afirmam que lhes dei minhas mensagens nos seus sonhos.
26   Por quanto tempo ainda esses profetas vão enganar o meu povo com as mentiras que inventam?
27   Eles pensam que os sonhos que contam vão fazer que o meu povo me esqueça, assim como os pais deles me esqueceram por causa do deus Baal.
28   O profeta que teve um sonho devia contá-lo como um simples sonho. Mas o profeta que ouviu a minha mensagem devia anunciá-la fielmente. Que vale a palha comparada com o trigo?
29   A minha mensagem é como fogo, é como a marreta que quebra grandes pedras. Sou eu, o Eterno, quem está falando.
30   Eu sou contra esses profetas que roubam as palavras uns dos outros e as anunciam como se fossem a minha mensagem.
31   Também sou contra esses profetas que falam as suas próprias palavras e afirmam que elas vieram de mim.
32   Escutem o que eu, o Eterno, estou dizendo! Sou contra os profetas que contam sonhos cheios de mentiras. Eles contam esses sonhos e, dizendo mentiras e se gabando, fazem o meu povo errar. Eu não os enviei, nem os mandei ir, e eles não ajudam o meu povo em nada. Eu, o Deus Eterno, falei.
33   O Deus Eterno me disse: -Jeremias, quando alguém do meu povo ou um profeta ou um sacerdote lhe perguntar: "Qual é a carga da mensagem do Eterno para nós?", responda: "Vocês é que são uma carga para o Eterno, e ele vai se livrar de vocês."
34   Se um profeta, ou um sacerdote, ou mesmo uma pessoa do povo usar as palavras "a mensagem do Eterno é uma carga", eu o castigarei e também a sua família.
35   Em vez disso, cada um devia perguntar aos seus amigos e parentes o seguinte: "Qual foi a resposta do Eterno? O que foi que o Eterno disse?"
36   Mas eles nunca mais devem dizer estas palavras: "A mensagem do Eterno é uma carga." Porque, se alguém disser isso, eu farei com que a minha mensagem se torne realmente uma carga para ele. O povo tem torcido as palavras do seu Deus, o Deus vivo, o Eterno, o Todo-Poderoso.
37   Jeremias, pergunte isto a cada profeta: "Qual foi a resposta que o Eterno lhe deu? O que foi que o Eterno disse?"
38   E, se eles responderem: "A mensagem do Eterno é uma carga", então eu os castigarei por terem usado estas palavras que mandei que não usassem.
39   E certamente eu os pegarei, e jogarei longe de mim, e farei o mesmo com a cidade que dei a eles e aos seus antepassados.
40   Farei cair sobre eles vergonha eterna e desgraça eterna, que nunca serão esquecidas.

João 10.1-17
1     Jesus disse: -Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Quem não entra no curral das ovelhas pela porta, mas pula o muro é um ladrão e bandido.
2     Mas quem entra pela porta é o pastor do rebanho.
3     O porteiro abre a porta para ele. As ovelhas reconhecem a sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral.
4     Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem porque conhecem a voz dele.
5     Mas de jeito nenhum seguirão um estranho! Pelo contrário, elas fugirão, pois não conhecem a voz de estranhos.
6     Jesus fez esta comparação, mas eles não entenderam o que ele queria dizer.
7     Então Jesus continuou: -Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Eu sou a porta por onde as ovelhas passam.
8     Todos os que vieram antes de mim são ladrões e bandidos, mas as ovelhas não deram atenção à voz deles.
9     Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; poderá entrar e sair e achará comida.
10   O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa.
11   -Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
12   Um empregado trabalha somente por dinheiro; ele não é pastor, e as ovelhas não são dele. Por isso, quando vê um lobo chegando, ele abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas.
13   O empregado foge porque trabalha somente por dinheiro e não se importa com as ovelhas.
14   (14-15) Eu sou o bom pastor. Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas.
15   (14-15) Eu sou o bom pastor. Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas.
16   Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor.



OBSERVAÇÃO:
Na seção Artigos disponibilizamos alguns artigos de aspecto introdutório ou mesmo geral do Livro de Jeremias. É importante a leitura desses artigos para que o professor tenha uma visão panorâmica
dos aspectos que envolve todo o conteúdo do livro.




SEÇÃO II

Nessa Seção apresentamos a lição em tópicos.
Esse método é válido para conhecermos os vários pontos que são discutidos em um mesmo Tópico ou Sub-tópico.
Aproveitamos para apresentar alguns questionamentos, explicações e direcionamentos que o professor deve tomar para a produção, construção e realização de sua aula.



O CUIDADO COM AS OVELHAS
(Lição 716 de maio de 2010)


INTRODUÇÃO
·      Davi comparou Deus a um Pastor de ovelhas pela forma com Ele tratava e guiava o povo de Israel.
·      O rei também era visto como um pastor, pois deveria, tal qual Deus, conduzir os israelitas ao regaço divino.
·      Os líderes israelitas, gradativamente, foram esquecendo-se de suas responsabilidades, a ponto de menosprezar as necessidades do povo.
·      Deus levanta o profeta Jeremias, a fim de protestar contra o descaso com que os pastores de Israel e Judá tratavam suas ovelhas.

I. O QUE É UM PASTOR
·      Nas Escrituras do NT, o pastor é visto como o administrador do rebanho de Cristo (1ª Pe 5.1-8).
·      Sua função é conduzir os santos ao Senhor Jesus, dispensando a estes, os meios da graça.

1. Obrigações do pastor.
·      A principal obrigação do pastor é apascentar e guardar as ovelhas.
·      O ofício pastoral inclui duas coisas básicas: a oração intercessória e a ministração da Palavra de Deus (At 6.4).
·      Deve o pastor agir em relação às ovelhas tanto como sacerdote quanto como profeta.
·      É sacerdote quando as apresenta a Deus em oração.
·      É profeta quando lhes fala a Palavra de Deus.
·      “A tarefa fundamental de um pastor, na pregação, não é ser brilhante ou profundo, mas é ministrar a verdade de Deus”. (Bernard Ramm)

II. OS PASTORES DE ISRAEL
·      No AT, pastores eram considerados os reis, os profetas e os sacerdotes. Assim também podemos considerar os patriarcas que, à semelhança de Abraão, tinham como missão guiar seus filhos na disciplina, a fim de que andassem como povo de Deus (Gn 18.19).

1. Os reis.
·      O primeiro rei messiânico de Israel foi um pastor de ovelhas (1º Sm 16.11).
·      O rei que quisesse ser bem sucedido, deveria ter uma alma de pastor.
·      Na literatura profética, eram os reis vistos por Deus como os pastores de seu povo (Ez 34.5).
·      Até um rei gentio foi designado por Deus para atuar como pastor dos filhos de Israel (Is 44.28).

2. Os sacerdotes.
·      Os sacerdotes também eram considerados pastores de Israel, principalmente os da casa de Arão, o sumo sacerdote de Deus (ls 61.6).
·      A eles também os profetas dirigiram pesados julgamentos, pois puseram-se a apascentar a si próprios,  ao invés de pastorearem o rebanho de Deus.(Jr 2.8 - Leia Ezequiel 34).

3. Os profetas.
·      Os verdadeiros profetas de Deus sempre atuaram como legítimos pastores de Israel.
·      O profeta Amós foi vocacionado estando entre os pastores (Am 1.1).
[Amós, mesmo estando entre pastores, não era pastor de ovelhas nem boiadeiro, e sim um boieiro , guardador e condutor de bois]
·      Os falsos profetas, uma classe privilegiada pelo governo, profetizavam mentiras, para torna ilegítima, os vaticínios dos profetas de Deus (Jr 2.8; 5.13; 26.8).
·      Foram os falsos profetas que levaram Judá à ruína.

III. ISRAEL FOI DESTRUÍDO POR LHE FALTAR VERDADEIROS PASTORES
·      Com suas mentiras e falsidades, os pastores de Israel fizeram desviar dos preceitos divinos todo o povo de Deus.
·      Enquanto os profetas de Deus anunciavam a iminente destruição de Israel, os falsos profetas anunciavam uma paz que não existia: “E curam a ferida da filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz” (Jr 8.11).
·      Lamentavelmente muitos púlpitos estão assim nos dias de hoje.
·      Ao invés de se pregar a urgência de um avivamento e a necessidade de se ter uma vida santa diante de Deus, os falsos mestres e profetas apregoam uma paz que não é paz, uma prosperidade que nunca foi prosperidade.
·      Esse modelo de evangelho é desastroso para o povo de Deus, pois desviam as “ovelhas” do verdadeiro alvo, que é Cristo.
·      Como será triste para alguns pastores de Igrejas ouvirem do Sumo Pastor, este juízo: “Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o SENHOR”! (Jr 23.2).
·      Os pastores de Cristo devem conduzir o rebanho de acordo com as Sagradas Escrituras.
·      É chegado o momento de conscientizar o povo de Deus a buscar um poderoso avivamento.
(O Espírito Santo é o autor do Avivamento – ver artigo abaixo)
·      Faz-se necessário que os pastores levem a Igreja a viver uma vida de santificação e pureza na presença de Deus.

IV. OS DEVERES DAS OVELHAS
·      Se os pastores têm deveres para com as ovelhas, as ovelhas de igual modo têm deveres e compromissos para com os seus pastores.
·      Se assim não for, como os pastores poderiam conduzir o rebanho de Cristo?
·      Algumas maneiras como as ovelhas devem portar-se em relação aos seus pastores:

1. Honrar os pastores.
·      “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hb 13.7).

2. Obedecê-los.
·      “Obedecei aos vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil” (Hb 13.17).

3. Contribuir para a obra de Deus.
·      “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3.10).

CONCLUSÃO
·      É chegado o momento de imitarmos o Sumo Pastor.
·      No capítulo dez do Evangelho de João, fala o Senhor Jesus de seu ofício como o pastor enviado por Deus para tanger as ovelhas perdidas da Casa de Israel e as que se achavam em outros apriscos, para que haja um só rebanho - a Igreja.
·      Devemos reconduzir ao aprisco as ovelhas desgarradas, e cuidarmos das fracas e débeis.
·      Afinal, um dia seremos recompensados quando compareceremos diante do Sumo Pastor para prestar contas das ovelhas que cuidamos.
Quanto às ovelhas, que honrem os seus pastores, devotando-lhes perfeito amor.

O Espírito Santo é o autor do avivamento
J. Edwin Orr (My All, His All by)

O Espírito Santo é o autor de avivamento, tanto no sentido individual quanto no coletivo. É o ministério dele que produz no cristão a sensação de necessidade, que leva uma congregação ao arrependimento, que conduz uma comunidade inteira à transformação. Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, porém muitos cristãos dependem somente de sua consciência ao invés de buscar uma consciência iluminada pela Palavra de Deus e vivificada pelo Espírito do Senhor.
A obra do Espírito, portanto, é mostrar ao pecador a extensão de suas falhas, apontar o padrão perfeito da justiça em Cristo e adverti-lo do inevitável juízo divino. Ele executa um trabalho semelhante no coração do cristão, convencendo-o de carnalidades e falhas, estimulando-o à entrega completa, à apropriação da justiça de Cristo para sua vida diária e advertindo-o do tribunal de Cristo, onde poderá receber um galardão ou sofrer perda.
É ao Espírito Santo que o cristão precisa recorrer se quiser que seu coração sedento encontre avivamento. Tal bênção depende de purificação, que depende, por sua vez, de confissão; a confissão só é possível quando há convicção e esta, por fim, só vem quando o próprio Espírito de Deus sonda e vasculha o coração.



SEÇÃO III

Nessa Seção, apresentamos alguns comentários bíblicos extraídos de Enciclopédias de Comentários Bíblicos e Livros especializados nas áreas de hermenêutica e exegese bíblica.
A leitura do conteúdo aqui apresentado proporcionará ao professor de EBD, a imersão na riqueza dos conhecimentos apresentados por seus autores, quando trata do contexto do texto, ou das especificidades de uma expressão ou palavra.




COMENTÁRIO, EXTRAÍDO NA ÍNTEGRA, DA ENCICLOPÉDIA
O NOVO COMENTÁRIO DA BÍBLIA”

23:1-8 PASTORES OU DIRIGENTES.
A seguir deveria vir o último rei, Zedequias. Alguns comentadores julgam que Jeremias evitou citá-lo na sua pro­fecia, mas o oráculo é suficientemente alusivo, mais do que a qualquer outro monarca.
Temos aqui uma condenação dos falsos "pastores" (1) que não se importam com a sua responsabilidade e destroem e espalham o seu rebanho, co­mo, se se tratasse de ovelhas que se transformassem em presas de animais ferozes.
As afugentastes (2); os ver­dadeiros pastores não impelem o reba­nho à sua frente, antes o conduzem.
Iavé juntará o Seu resto (3) e susci­tará pastores que alimentarão o Seu re­banho, em vez de o destruir.
A convic­ção de Jeremias é que Iavé porá no trono um rei dravídico cujo nome indicará a sua natureza, Iavé Tsidkenu – o Senhor justiça nossa (5,6).
Será este rei quem reconduzirá à pátria um novo êxo­do em que participarão os exilados do reino do norte (7,8).
Eis que vêm dias (5), frase esta que ocorre dezesseis ve­zes em Jeremias e cinco vezes apenas noutros livros da Bíblia.
Renovo (5), ou seja, um rebento. A palavra hebraica tsemach designa os rebentos que, por vezes, surgem nas raízes de uma árvo­re.
Temos aqui, pois, a imagem de uma árvore que foi abatida mas que revela novo surto de vigor.

23 :9-40 Profetas de Judá
O parágrafo anterior dizia respeito aos dirigentes do estado; este refere-se já aos dirigentes religiosos.

1. ANGúSTIA DE JEREMIAS POR CAUSA DOS FALSOS PROFETAS (23: 9).
Jeremias tem aqui uma visão depri­mente, tão perturbante como se o seu coração tivesse ,sido dilacerado ou os seus ossos se assemelhassem aos de um ho­mem vencido pela embriaguez.

2. OS PECADOS DOS FALSOS PRO­FETAS (23:10-15).
Comparados com a santidade de Iavé, tanto o profeta como o sacerdote estão contaminados (11), pelo que é inevitável o castigo (10,11).
Os profetas de Jerusalém são piores do que os do norte. Os profetas de Samaria (13) eram idólatras; os profetas de Jerusalém eram, além disso, imorais. E, se os primeiros foram castigados, como não o serão mais ainda os últimos! A sua pecaminosidade é tão grande como a de Sodoma e Gomorra. Homens assim facilitam a prática do pecado (13-15).

3. A CONDENAÇÃO DOS FALSOS PROFETAS (23:16-20).
Profetizam inspirados pelo seu coração profano, não tendo recebido qualquer mensagem de Iavé. Nenhum deles assistira em Seu conselho e ouvira o Seu discurso.
Verso 19 e 20 parecem quebrar a seqüência de pensamento; alguns têm sugerido que são uma repetição no lugar errado de 30:23,24.

4. A ILEGALIDADE DOS FALSOS PROFETAS (23:21-32).
A condenação de Jeremias com relação aos profetas continua, sendo exposta a sua missão falsa, fútil e ilegal (23,24).
"Yahweh" não os enviara nem tampouco falara cem eles. Pregam acerca de suas pró­prias ilusões. Não deixam de escapar à sua presença.
A "mentira na alma" (Pla­tão) não pode ser revelação de "Yahweh ", ainda que um profeta mencione o Seu nome.
Um profeta ligado a Baal não pode ser relacionado a "Yahweh". Os sonhos dos falsos profetas devem ser claramente diferenciados da Palavra de Deus tal como o joio o é do trigo (28).
O Senhor é contra tudo quanto é falso: por Sua palavra isso será destruído.

5. A DESGRAÇA DOS FALSOS PRO­FETAS (23:33-40).
Segue-se como que um trocadilho com a palavra peso (33); heb. massa. No verdadeiro profeta uma palavra de "Yahweh" é um peso que precisa entregar. Para o rebelde tal pala­vra é algo de pesado e a zombaria é substituída pela reverência.
Em vista de não haver palavra ou peso de "Yahveh" o julgamento é de vergonha perpétua.
A emenda Siríaca e Vulgata (70) para "Levan­tar-vos-ei" é preferível a Eu me esque­cerei totalmente de vós (39), tal como está, guardando o significado de "peso". O verso 37 é omitido pelos LXX.


COMENTÁRIO, EXTRAÍDO NA ÍNTEGRA, DO LIVRO
“JEREMIAS E LAMENTAÇÕES – INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO”
DE R. K. HARRISON, DA EDITORA MUNDO CRISTÃ – SÉRIE CULTURA BÍBLICA


Jeremias 23

23.1-8 Os pastores e as ovelhas.
Pela ordem, Zedequias, o último rei de Judá, teria de ser o próximo. Ele reinou de 597 a 587 a.C., sucedendo a seu sobrinho Joaquim quando este foi deportado. Ele aqui não é mencionado nominalmente, mas há poucas dúvidas de que ele e seus conselheiros estão sendo enfocados. Todo o peso da cólera divina dentro de pouco tempo cairá sobre os judeus corrompidos.

23.1-4.
Os pastores eram os líderes falsos do rebanho, que deixaram que ele se dispersasse e no fim fosse destruído (2:8, 10:21). Má liderança é a verdadeira causa do exílio.
Ovelhas pastando é uma imagem campestre muito comum na Escritura. Deus, o Supremo Pastor, zela pelo bem-estar do seu rebanho, e Cristo, o Bom Pastor (Jo 10:11), mostrou com sua morte até onde o amor divino estava disposto a ir para redimir a humanidade pecadora.
No v. 2 o TM (Texto Massorético) paqad (cuidar) é usado em um jogo de palavras intencional, visível também nas nossas traduções; na segunda vez o significado é "castigar". Os profetas pré-exílicos predizem que um remanescente retomará para repopular a terra devastada. Dos que retomarem, nenhum se perderá, porque pastores responsáveis cuidarão (paqad) do seu bem-estar (apascentar).

23.5-8.
A profecia messiânica dos vv. 5-8 está cheia de esperança para o futuro. A fórmula introdutória, eis que vem dias, aparece dezesseis vezes no livro iniciando passagens de esperança.
O renovo, semah no TM, é o termo usado para o rei messiânico (33:15, Zc 3:8, 6:12). Este personagem aparece também em Is 11:1.
Renovo é o que brota das raízes de uma árvore caída. Há de brotar vida nova da dinastia caída. Assim Jeremias pode proclamar que Deus fará surgir um rei davídico cujo nome já indicará qual é seu caráter; uma expectativa cumprida em Cristo, Filho de Davi.
Diferente dos sucessores de Josias, ele seguirá uma política sábia, observando os ideais da aliança como se fossem um tesouro, e governando o povo com justiça e equidade (cf 2º Sm 8:15).
A expressão Senhor Justiça Nossa significa "aquele que garante justiça para nós". Surgiu a idéia de que o título sidqênú doTM foi inspirado pelo nome de Zedequias (sidqiyahu), que significa "o Senhor é minha justiça", mas já que Zedequias também pecou contra Deus (2º Rs 24:19), parece mais provável que o título foi empregado como contraste com este tipo de rei.
O renovo que surgirá na pessoa do Messias terá um caráter totalmente diferente, e através da sua tarefa especial ele proporcionará aos homens uma justiça não de obras, mas de graça (Ef 2:8), que incluirá santidade pessoal, obra do Espírito Santo, depois da justificação. A nova aliança, com o sangue de Cristo, fará do ideal sinaítico para a nação (Lv 20:7) uma coisa bem pessoal.
O v. 8 antevê uma reunificação futura de norte e sul, o que também ocorre em outros profetas (Ez 37:19). Trouxe foi acrescentado talvez como combinação de duas leituras originais distintas. De maneira semelhante, a descendência da casa de Israel pode ser uma forma fundida para "os descendentes de Israel". Leia-se que trouxe de volta a descendência de Israel.

23.9-40 Acusações contra os profetas de Judá
A série de oráculos precedente tratou dos governantes seculares. Ago­ra Jeremias passa a se preocupar com os líderes da vida religiosa da nação.

23.9-15. Os pecados dos profetas falsos.
Coração, no sentido que é usado aqui, denota mais um estado mental profundamente perturbado, do que emocional. Sua mente não pode compreender a maneira que estes profetas escolheram para abusar da sua vocação profissional, e ele está chocado com o comportamento corrupto deles, equiparado pela depravação do Povo Escolhido.
TM e LXX divergem quanto à seqüência dos ítens do v. 10, e não há certeza sobre a seqüência correta.
Fazendo uma avaliação crítica dos que diziam ser profetas, Jeremias considera os judeus piores que seus irmãos do norte. Eles concordaram com as orgias dos rituais do culto a Baal, unânimes com os sacerdotes. Veja 2º Rs 21:  e Ez 8:6-18, onde práticas imorais e sacrifícios idólatras tinham se infiltrado até no culto no Templo em Jerusalém.
Seu caminho mau (13:16) deixará agora a descoberto sua natureza traiçoeira, e eles serão como pessoas que andam por caminhos escorregadios no escuro, tropeçando e caindo uma sobre a outra.
A indecência dos profetas de Samaria (13) era adorar a Baal; o escândalo dos profetas de Jerusalém (14) era que eles incentivavam abertamente adultério e falsidade, ultrapassando a maldade de Sodoma e Gomorra. Jeremias coloca toda a responsabilidade pela depravação moral de Judá sobre os ombros destes homens perversos.

23.16-20. Características do falso profetismo.
Jeremias identifica os traços desta atividade como uma separação fundamental da realidade espiritual, moral e política. Os profetas falsos criam naquilo que eles queriam que fosse verdade, expressando expectativas falsas de paz. Suas visões eram auto-induzidas, não inspiradas por Deus.
Cristo avisou que nos últimos dias surgiriam profetas falsos, enganando a muitos (Mt 24:5,11). Se os colegas falsos de Jeremias tivessem se apresentado para ouvir as palavras do Senhor e proclamá-las (18), estariam falando de julgamento, como ele, e não de paz (22).
Os vv. 19-20 são repetidos em 30:23s com algumas mudanças. Eles trazem as decisões da corte celestial que os profetas falsos ainda não conheciam porque tinham sido julgados à revelia; não estão fora do lugar, como pensam alguns.
Os últimos dias (20) apontam para o dia do julgamento, quando a justiça divina será feita em Judá. Então o significado dos acontecimentos, até o momento não reconhecido por causa da auto-ilusão, ficará dolorosamente claro. O termo dia pode ser interpretado como messiânico (cf Is 2:2, Os 3:5).

23.21-32. A missão fraudulenta dos profetas falsos.
Qualquer profecia que fale de um futuro de paz em vez de proclamar a ira de Deus é falsa. Deus, que está perto, pode ver tudo que está por trás, e os profetas falsos não podem se esconder do seu olhar perscrutador.
Certas classes de profetas pagãos em Mari (Tel Ariri, no médio Eufrates) e em outros lugares achavam que sonhos era o método normal de eles receberem revelações.
O v. 26 apresenta algumas dificuldades textuais, e o significado original é muito obscuro. Sugiro a seguinte tradução: Por quanto tempo continuará isto na mente dos profetas que proclamam mentiras, destes profetas do auto-engano?
Suas visões irreais desviavam a atenção da moralidade da aliança e a focalizavam nos ritos imorais de Baal. Falta substância aos seus sonhos vaidosos, como à palha, enquanto que a palavra profética alimenta os que a recebem, como o trigo.
Os profetas falsos iniciam suas observações com uma fórmula que quer indicar inspiração divina, porém as palavras que pronunciam foram inspiradas por outros indivíduos e não se aplicam à situação presente (30,31).

23.33-40. O oráculo divino e suas implicações.
Esta seção é um trocadilho com a palavra massá, oráculo (RAB sentença pesada, IBB profecia) (RAB – Edição Revista e Atualizada no Brasil da Sociedade Bíblica do Brasil; IBB – Versão da Imprensa Bíblica Brasileira), usada no duplo sentido de "pronunciamento" e "peso".
O termo também implica em calamidade ou julgamento divino (cf Is 13:1, 15:1, 17:1, Ez 12:10).
O TM do v. 33 talvez tenha modificado a força original da resposta de Jeremias, e parece que deve ser lido como está na LXX, attem hammassá, vós sois o peso RAB), em lugar do TM et mah-massá, qual a profecia! (IBB).
Talvez o povo tivesse perguntado com sarcasmo a Jeremias acerca de pesos futuros da parte de Deus, e ele respondeu que Deus os jogaria fora por serem um peso cansativo demais para ser carregado adiante, porque eles tinham se desfeito do peso das responsabilidades da aliança.
O começo do v. 36, nunca mais fareis menção da sentença pesada do Senhor, interpreta o TM zákár ("lembrar") como se fosse causativo ("mencionar"), de acordo com a LXX.
Já que o massá pode ser profanado tão facilmente, não deve mais ser usado na proclamação profética.
No v. 39 nossas traduções seguem as versões Siríaca e Vulgata e alguns manuscritos hebraicos, traduzindo we na siti (levantar-vos-ei), em lugar do TM we násiti (esquecerei), o que também é mais plausível.
No oitavo século a.C. havia somente um símbolo para as consoantes ś e š.
A força do trocadilho fica mais clara quando entendemos que massá vem da raiz násá' "erguer". Os judeus serão expulsos à força da sua terra, em um período de calamidade inesquecível.

Observações adicionais sobre profetas falsos e verdadeiros
Se tivermos dois homens vestidos de maneira semelhante, ambos dizendo ser mensageiros de Deus, iniciando suas mensagens com "É isto que Deus diz", deve ser muito difícil decidir pelas aparências externas qual dos dois está proclamando a verdade revelada. Uma análise mais de perto, todavia, deveria evidenciar as diferenças entre profetas verdadeiros e falsos.
Os profetas genuínos viviam com integridade no espírito da lei mosaica, exemplificando com sua vida o caráter do relacionamento com Deus pretendido pela aliança.
Suas afirmações inspiradas eram uma continuação da comunhão espiritual que eles tinham com Deus, e a palavra dele em suas mentes se transformava na palavra deles para a sociedade. Por causa da corrupção do seu tempo, muito do que eles diziam era altamente crítico, desafiando as pessoas a retomarem ao ideal da aliança do Sinai A palavra divina era neles como um fogo que consumia tudo que era indigno, fazendo deles pessoas absolutamente íntegras.
Os profetas falsos, em contraste, eram indistinguíveis do restante da sociedade em termos de caráter pessoal, sendo na verdade impostores, que profanavam as coisas sagradas e pervertiam a palavra divina fazendo-a parecer ridícula. Seus sonhos eram falsos, eles mentiam, enganavam seus ouvintes, e eram irresponsáveis espiritualmente, porque não estavam sujeitos a um caráter positivo.
Eles proclamavam o que o povo gostava de ouvir, não o que Deus tinha a lhe dizer, e invariavelmente traziam mensagens que acalmavam as consciências e davam uma paz ilusória.
Parece que eles estavam muito preocupados com a paz, porque seus interesses mundanos floresceriam melhor em uma situação sem perturbações. Para eles paz era somente a ausência de revoluções ou conflitos sociais, não o triunfo da retidão divina entre as pessoas.
Longe de serem exemplos de integridade espiritual, os profetas falsos eram hipócritas que comprometiam o caráter moral da Torá a cada momento, enquanto diziam ser porta-vozes de Deus à nação.
No fundo, o critério para distinguir entre profetas verdadeiros e falsos era lealdade absoluta e obediência à vontade e palavra reveladas de Deus.
Os profetas falsos, em sua espiritualidade deficiente, igualmente não entendiam a maneira de Deus lidar com seu povo. Consequentemente seus pronunciamentos eram falsos, porque não tinham captado o caráter condi­cional das tradições israelitas em relação à aliança, e por isto malentendiam completamente a situação política da época.

João 10.1-17

10.1,2.
Estas palavras estão diretamente ligadas à narrativa precedente. O duplo "amém" (em verdade) do primeiro versículo marca a transição do diálogo para o monólogo. Da parábola transparece que o ex-cego faz parte do rebanho do bom pastor; o que se aplica a ele, aplica-se também a todo o rebanho.
Quem são os pastores do rebanho de Deus? Os líderes religiosos de Is­rael, sem dúvida, teriam requisitado o título para si. Entretanto, eles eram os mais ferrenhos opositores de Jesus e de sua mensagem. O homem curado de sua cegueira esperou em vão o cuidado que pastores deveriam lhe dar; na ver­dade eles o expulsaram do rebanho pelo qual eram responsáveis. Porém, de­pois disto, ele encontrou em Jesus um pastor de verdade. Neste contexto, é difícil deixar de identificar os outros com ladrões e salteadores, pastores falsos, que "se esgueiram, se insinuam e se intrometem no rebanho".
Esta parábola deve ser lida contra o pano de fundo de Ezequiel 34. Ali o Deus de Israel fala como principal pastor do seu povo, que nomeia pastores subordinados para cuidar deles. Mas estes pastores (como o "pastor inútil" de Zc 11.17) são denunciados por estarem mais preocupados em se alimentar do que em fornecer alimento para as ovelhas confiadas ao seu cuidado. Em vez de tomar conta das ovelhas, eles se omitiram, e sacrificavam as mais gordas para se deliciar da sua carne e se vestir com sua lã. Por isso, estes pastores indig­nos devem ser expulsos; o próprio Deus procurará suas ovelhas dispersas e as reunirá num só rebanho, trazendo-as dos lugares para os quais tinham se desviado. Àquelas que precisarem será dada a atenção especial, e ele entrega­rá todas a alguém digno da confiança nele depositada: "Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor" (Ez 34.23). "O meu servo Davi", como em outros tre­chos desta seção do livro de Ezequiel (37.24,25), é claramente o Messias da li­nhagem de Davi. Uma pessoa que fala como Jesus nesta parábola do bom pastor está dizendo, indiretamente, ser o Messias davídico.

10.3-5.
Muitos ouvintes de Jesus estavam familiarizados com estes deta­lhes; mesmo hoje, um pastor com suas ovelhas na Terra Santa serve muito bem de ilustração. O curral deve ter sido um cercado de pedras, mais ou me­nos quadrado, com uma entrada de um lado, Esta entrada era guardada por um porteiro ou guarda cuja tarefa era deixar entrar pessoas autorizadas e manter os intrusos do lado de fora. Se alguém fosse visto escalando o muro por algum dos outros lados, não havia erro em considerá-lo um intruso, com más inten­ções. Para desestimular estas pessoas, o muro às vezes era coberto de espi­nhos.
Mais de um rebanho podia ser abrigado em um destes cercados; o pastor precisava somente chamar da entrada, e suas ovelhas reconheciam sua voz e se aproximavam. Além disso, os rebanhos não eram grandes demais, e ele po­dia conhecer cada ovelha individualmente e saber seu nome. O nome podia ser derivado de alguma marca ou traço singular. Quando eu era jovem, alguns pastores nas Terras Altas da Escócia sabiam o nome de cada ovelha, e diziam que cada uma delas conhecia seu nome e atendia quando este era chamado. No quadro aqui pintado por Jesus, o vínculo pessoal entre o pastor e suas ove­lhas os mantém unidos, enquanto elas o seguem. O pastor dos tempos bíblicos não contava com a ajuda de um cão, como em nossos dias.

10.6.
A palavra parábola não traduz parabole (o termo usado para desig­nar as parábolas dos sinóticos), mas paroimia, o que significa provérbio (como no livro dos Provérbios, no A.T.), ou enigma. Para os ouvintes de Jesus, ele continuou sendo um enigma; nós podemos entendê-lo um pouco melhor do que eles, à luz do contexto.
O pastor é o próprio Jesus; ele vem para o curral judaico e chama seus discípulos para fora. Na verdade, um deles tinha saído um pouco antes; outros já tinham atendido ao chamado anteriormente, e ainda outros não demorariam a sair. Os integrantes do sistema religioso não conseguiam comunicar-se com o homem que fora cego; para ele a voz deles era voz de estranhos. Mas quando o verdadeiro pastor de Israel o encontrou e lhe falou, ele respondeu imediata­mente.
No cercado, as ovelhas eram protegidas pelos muros. Mas depois que o pastor chamava suas ovelhas para fora, que proteção lhes restava? Nenhuma, exceto o próprio pastor. Enquanto elas ficassem perto dele, tudo estaria bem; a característica de um bom pastor é que ele defende suas ovelhas, mesmo com sua vida correndo perigo. Este bom pastor acaba se revelando o verdadeiro Rei de Israel e o Servo do Senhor obediente, cumprindo a primeira parte da sua missão - "tornar a trazer a Jacó, e reunir Israel" (Is 49.5).

10.7-9.
Há um problema evidente nestas palavras, do modo como estão em seu contexto. Nos versículos precedentes e subseqüentes, Jesus diz ser o pastor que chama suas ovelhas e as guia para fora do cercado, para campos onde podem pastar em segurança; aqui ele diz ser a porta através da qual elas entram e saem do curral. Não adianta levantar a possibilidade de que o pastor talvez se deitasse na entrada durante a noite, como se fosse uma porta viva, de modo que ninguém pudesse entrar ou sair sem que ele o percebesse; a pará­bola fala de um porteiro ou guarda cuja tarefa era controlar a entrada e impedir que qualquer pessoa não autorizada entrasse (v. 3). Também não podemos le­var a sério a sugestão de C. C. Torrey de que a palavra aramaica para designar "pastor" foi mal-entendida e confundida com a palavra "porta", sendo traduzida incorretamente para o grego.
Parece que temos aqui uma parábola curta, onde Jesus é comparado à porta, inserida na parábola mais longa em que ele é comparado ao pastor. Eu sou a porta não é muito diferente de "eu sou o caminho" (14.6); é natural cha­mar Jesus de porta ou caminho para a salvação. O fato de que ele realmente se chamava de porta é indicado pela história do martírio do seu irmão Tiago, pre­servada pelo escritor palestino Egesipo, do segundo século. Ele conta que a Tiago foi perguntado: "Qual é a porta de Jesus?" (quer dizer, "a porta de que Jesus falou" ou, talvez, "a porta da salvação"), e depois foi morto porque sua resposta foi interpretada como blasfêmia.
Jesus chama-se de porta nos versículos 7 e 9, mas no versículo 8 é mais provável que esteja falando como pastor. Nos versículos 1 e 2, o pastor correto é contrastado com o ladrão e salteador, sendo que o mesmo contraste é feito claramente no versículo 8. Os ladrões e salteadores podem ser os integrantes do sistema, que tinham se mostrado péssimos pastores dos membros neces­sitados do rebanho de Israel, como era o homem que foi curado da sua ceguei­ra. Podemos pensar também em falsos messias, líderes de revoltas e outras pessoas deste tipo, que reuniam adeptos ao seu redor para levá-los ao desas­tre, como Teudas e Judas o galileu (At 5.36,37). Aqui se encaixa a advertência de 5.43, "se outro vier em seu próprio nome, certamente o recebereis," mesmo que este venha no futuro e os "ladrões e salteadores" mencionados aqui te­nham vindo antes de Jesus. (Há algumas dúvidas textuais quanto à frase antes de mim, mas o sentido está implícito, mesmo que não tenha sido expressado.

10.10-13.
As intenções de um ladrão diante das ovelhas são inteiramente más; os planos do bom pastor são totalmente bons. Ele deseja e providencia o bem-estar das ovelhas; ele não se contenta com que elas tenham uma existên­cia de privações e miséria; ele quer que elas vivam plenamente a sua vida, te­nham bastante pasto bom e gozem de boa saúde. (É difícil traduzir kalos de kalos poimen por qualquer outro adjetivo a não ser bom, ele forma um con­traste bastante óbvio com o "pastor inútil, que abandona o rebanho", de Zc 11.17). O pastor prova ser bom porque se preocupa em primeiro lugar com o bem-estar das ovelhas, não com o seu. Ele até arrisca a sua vida para salvar a delas; provavelmente é este o sentido do verbo tithesin ("expor") substituído pela variante didosin (dá). Afinal, elas são suas ovelhas; ele as trata vi­sando o bem delas.
O mercenário não tem más intenções, como o ladrão ou salteador, mas não tem interesse pessoal pelas ovelhas do pastor verdadeiro. Ele toma conta delas em troca do seu salário; ele faz sua obrigação muito bem em tempos normais, mas quando há perigo ele está mais preocupado com a sua segurança do que com a das ovelhas. Ele não se disporá a arriscar sua vida para defende-­las do lobo que as espreita, como o pastor de verdade. Não podemos dizer com certeza se o mercenário ou o lobo correspondem a personagens da situação da qual Jesus está falando; talvez os ouvintes tenham tirado suas próprias conclu­sões em relação a isto. Mas não há dúvidas quanto a quem é o bom pastor.

10.14-16.
É característico do pastor verdadeiro que ele conheça suas ove­lhas. O verbo conhecer ocorre quatro vezes nos versículos 14 e 15, e em todas as vezes usa-se o presente gnômico de ginōskō, com sentido geral, des­vinculado do tempo. O conhecimento especial que Pai e Filho têm um do outro na ordem eterna (veja Mt 11.27 e Lc 10.22) é ampliado para incluir aqueles a quem o Filho chama seus (veja o amor mútuo e inclusivo de 14.21,23, 15.9). Na parábola, o gênero de minhas (ta ēma) é neutro, referindo-se a ovelhas (pro­bata); na verdade a referência é àqueles que em outras passagens são chama­dos "seus" (hoi idioi; p. ex. 13.1). Pode haver aqui um reflexo das palavras de Números 16.5 LXX: "O Senhor sabe quem é dele" (citadas verbatim em 2 Tm 2.19). A disposição do bom pastor em expor-se a perigos de morte em prol de suas ovelhas agora é anunciada diretamente por Jesus (novamente existe a va­riante didōmi, dou para tithēmi, "deponho"). Os leitores do evangelho sabiam que Jesus não somente se expôs a perigos de morte em prol de seu povo, mas acabou mesmo "colocando-se entre ele e seu inimigo, voluntariamente morrendo em seu lugar". Na verdade, é isto que as palavras de Jesus nos versículos 17 e 18 indicam.
Suas ovelhas, que pertenciam a este aprisco, eram de linhagem judaica, mas ele tinha outras ovelhas, que precisavam ser buscadas, que nunca tinham pertencido a este rebanho e, na verdade, nem podiam ser encaixadas nele. Mais tarde, no evangelho, elas são chamadas filhos de Deus que andam dis­persos, que precisam ser reunidos por Jesus em um só corpo, juntos com os que pertenciam à "nação Israel" (11.51,52). A Versão Autorizada inglesa tem "um redil" em vez de um rebanho, no fim do versículo 16, um erro que se origi­nou da Vulgata (unum ovile), e os revisores do rei Tiago não tinham desculpas porque William Tyndale traduzira corretamente em 1526 e 1534 (algumas ver­sões latinas anteriores à Vulgata também foram mais corretas do que Jerônimo, de modo que também ele não tem desculpas).
Estas palavras de Jesus, então, apontam para a missão entre os gentios e a formação da comunidade constituída de judeus e gentios crentes, onde não há "judeu nem grego" (Gl 3.28, Cl 3.11). As ovelhas judias precisavam ser tira­das primeiro do aprisco (aulē), antes de serem reunidas às outras ovelhas para formarem um novo rebanho (poimnē). O que haveria de manter unido este rebanho maior e dar-lhe a necessária proteção contra inimigos externos? Não muros em redor, mas a pessoa e o poder do pastor. Unidade e segurança do povo de Cristo dependem da sua proximidade dele. Sempre que seu povo se esquece disto e tenta garantir unidade e segurança construindo muros ao redor de si, os resultados não são animadores. Ou os muros têm sido tão amplos a ponto de incluir diversos lobos entre as ovelhas (com conseqüências desastro­sas para estas), ou tão restritos a ponto de haver mais ovelhas excluídas do que recolhidas.

10.17.
O Pai ama o Filho (veja 3.35, 5.20) porque este se concentra na von­tade do Pai, mesmo que isto inclua oferecer a própria vida. Sem dúvida, o Pai iria glorificá-lo com a glória que tinham antes que o mundo existisse (17.5), mas desistir da vida não era só a precondição necessária para receber esta glória, era também o primeiro estágio da glorificação (12.23). Se o alvo era transmitir vida ressurreta a outras pessoas, primeiro ele mesmo precisaria recebê-la e, para isto, teria antes de passar pela morte. O grão de trigo só "produz muito fruto" depois de cair na terra e morrer (12.24). Somente entregando sua vida e recebendo-a de volta o pastor poderia reunir suas "outras ovelhas" àquelas do primeiro aprisco, formando "um só rebanho".



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